Filme Extermínio: A Evolução ameaça recomeço para sage de Danny Boyle
Diretor e roteirista de original da franquia buscam novas histórias no meio dos infectados por vírus-zumbi
Com o continente inglês dominado por um vírus que transforma seus portadores em zumbis velozes, o terceiro filme da franquia foca em uma comunidade escocesa que habita uma ilha isolada, protegida e se protegendo de ataques, 28 anos depois do início da saga. Uma pequena rota de pedra, com mais de um quilômetro de extensão, fica disponível apenas no período de baixa maré, e o isolamento é tanto que seus habitantes sequer sabem o que acontece do lado de lá. Assim, Extermínio: A Evolução foca em uma história íntima, de poucos personagens. O filme estreia nesta quinta-feira (19/6) nos cinemas.
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Spike () acorda um dia prestes a encarar um ritual de passagem: a busca por matar seu primeiro infectado. Aos 12 anos, ele nunca pisou fora da pequena ilha que o abriga, e será seu pai Jamie (Aaron Taylor-Johnson) quem o acompanhará na jornada. A mãe de Spike, Isla (Jodie Comer), vive acamada, possessa de algum distúrbio não explicado.
O ritual pode parecer tenso, mas não há nada de novo para esta comunidade. Acompanhamos a manhã da família e vamos formando uma ideia de como ela persiste no mundo infectado. Sem televisão, sem internet, sem comércio ou contato com outras localidades, vivem apenas do que criam e caçam. Essa manutenção requer excursões para o continente, por isso todos estão lá para desejar boa sorte a Spike e Jamie.
O rito de passagem
Em dado momento, já fora da ilha, Spike e Jamie sobem um morro e apreciam a vista. É mais terra do que o menino já viu em toda a sua vida, numa perversão curiosa daquela cena emblemática de O Rei Leão. Essa cena é tanto a chave quanto o problema deste terceiro filme: indica a amplitude de novas histórias que o diretor Danny Boyle e o roteirista Alex Garland (de Guerra Civil, com Wagner Moura) podem contar com seu retorno à saga. O fato de este filme permanecer somente como o primeiro capítulo de uma nova série, portanto, deixa a história incompleta.
A saída de Spike para a caça a um infectado é também metáfora para a passagem da infância para a adolescência. É o período em que o cérebro infantil começa a deixar de lado o maniqueísmo do certo e do errado e passa a descobrir as ambiguidades da moralidade. O ato de caçar e matar é apenas o primeiro momento de aprendizado que o filme reserva para Spike e, talvez, o mais claro, já que dele depende a sobrevivência. A amarga entrada no mundo adulto o faz descobrir uma série de mentiras sobre as quais ele antes vivia alheio. Também o levará ao encontro do Dr. Kelson (Ralph Fiennes), antigo médico tido como louco.
Boyle, que filmou grande parte da história com um iPhone 15, continua impressionando com a inventividade de seus ângulos de câmera e a inovação de sua montagem, por vezes tão rápida quanto os próprios infectados que criou para renovar o gênero zumbi. Mas, diferentemente da maior parte da geração MTV, sua estética não serve para ofuscar, e sim para energizar. Se o fim do filme sinaliza que ele só funcionará com a inclusão de novos episódios, pelo menos esta história nos deixa com sede por mais.
Por: Metrópoles