, o longa Marcos e Arnaldo retrata o encontro entre dois personagens muito diferentes, mas igualmente sensíveis: Marcos (Victor Cavalcante), um garoto de 11 anos que enfrenta a angústia de ser adotado e a incerteza sobre o próprio futuro, e Arnaldo (Dalton Sponholz), um senhor autista que se torna seu novo confidente.
Com direção de — o mesmo de A Repartição do Tempo (2018) —, o filme aposta em uma narrativa inclusiva e universal, na qual as dúvidas, os medos e a insegurança de Marcos se transformam, aos poucos, em afeto, amizade e coragem.
De forma leve, criativa e acessível, o longa promove reflexões sobre temas sociais relevantes, dando voz à criança adotada — um ponto de vista ainda pouco explorado no cinema, que costuma focar mais nos adultos que adotam.
Contrastes
O contraste entre o urbano e o rural serve como espelho da transformação de Marcos. No início da narrativa, a cidade é retratada com tons frios, enquadramentos simétricos e ruídos opressivos, que traduzem o sentimento de clausura emocional do protagonista e seu medo diante da possibilidade de ser adotado.
“Marcado por traumas de uma infância sob a violência de um pai abusivo, Marcos perdeu a confiança nos adultos — mas faz uma exceção para Arnaldo, um homem com autismo que, como ele, enxerga o mundo através da lente da fantasia”, antecipa Santiago.
À medida que os dois se aproximam e chegam à casa da infância de Arnaldo, a fotografia se abre para paisagens quentes e acolhedoras do campo. Sons típicos do cerrado — insetos, folhas, o vento — reforçam a sensação de liberdade. A trilha sonora, carregada de emoção, acompanha cada etapa da jornada, funcionando como uma extensão do coração de Marcos.
Na equipe, merecem destaque a direção de arte de Sarah Noda (O Pastor e o Guerrilheiro, 2022) e a fotografia de Elisa Souza, premiada por O Mistério da Carne (2019).

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1 de 8 Filme Marcos e Arnaldo, dirigido por Santiago Dellape Luciana Mello
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8 de 8 Filme Marcos e Arnaldo, dirigido por Santiago Dellape Luciana Mello
“Vejo que outro diferencial importante do projeto foi a preocupação dos produtores Natália Brandino e Walder Jr. em escalar um ator neurodivergente na vida real (Dalton Sponholz), o que acabou trazendo enorme legitimidade, autenticidade e frescor para a tela. Além da incrível coincidência de Victor ser um filho por adoção”, destaca o diretor.
“A trama divertida e despretensiosa, costurada com afinco pelos roteiristas Guilherme Sadeck e Davi Mattos, evoca o espírito de filmes de aventura da Sessão da Tarde das décadas de 1980 e 1990, como Esqueceram de Mim, Batutinhas e Menino Maluquinho”, complementa Dellape.
Reconhecimento
O roteiro de Marcos e Arnaldo foi destaque no Script Palloza Fellowship, ficando entre os seis melhores, e o projeto também foi selecionado para a oficina de desenho de audiência promovida pelo Icumam Cultural e pelo BrLab.
A produção é da , responsável por mais de 30 obras audiovisuais e co-produtora do longa infantojuvenil Valentina (2021), vencedor de 27 prêmios em 14 países. O filme foi licenciado para Espanha, Japão e Suécia, e atualmente integra os catálogos da Netflix Latinoamérica e do Canal Brasil.
O projeto conta ainda com produção associada da Relatar_se, especializada em acessibilidade cultural; da Aicon Cinematográficas; da Guinada Produções; e da Produssa.
Uma ampla rede de apoio também viabilizou o filme, incluindo: CNJ, OAB-DF, , Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade do DF, Grupo de Apoio à Convivência Familiar e Comunitária Aconchego-DF, Família Acolhedora, Nosso Lar, Sítio Nós na Teia, Casa e Festa, Piracicabana, Brasília Film Commission, Museus Acessíveis e Projeto Calçada Lifewords.