INÍCIO POR BAIXO
Filipe Luís estreou como treinador em 9 de março de 2024. A ideia era começar por baixo, ainda com as categorias de base para se entender na nova função. Ele não queria apressar as coisas. Com cautela, montou a comissão técnica e começou a estabelecer seu trabalho.
Na Copa Rio Sub-17, emplacou cinco vitórias seguidas até ser derrotado pelo Vasco em maio. O rival foi quem mais deu dor de cabeça e o único a conseguir superar o Flamengo do ex-lateral. Depois de mais seis triunfos, inclusive diante do Cruz-maltino no primeiro jogo da final, o Rubro-negro foi derrotado no segundo.
A disputa foi para os pênaltis e Filipe Luís sentiu pela primeira vez o gostinho de ser campeão como técnico. Em três meses, ele já disputou aquela final sabendo que estava se despedindo. Com a saída de Mário Jorge, foi promovido para o sub-20.
SOLUÇÃO NO MUNDIAL
O começo na categoria de cima foi mais complicado. Foram duas derrotas em três partidas e tendo no horizonte dois meses de preparação até o jogo mais importante do ano: a disputa do Mundial da categoria no Maracanã, contra o Olympiacos. Encantando os jovens com o método de trabalho e o modo participativo nos treinamentos, Filipe implementou as ideias de trabalho e teve sucesso.
Foram 11 partidas até o encontro com os gregos em agosto. Com o reforço de alguns jovens que estão no profissional, o Flamengo foi campeão de virada, com um gol de Felipe Teresa no final. Depois dali, mais cinco jogos até a convocação para o profissional.
BOMBEIRO NO PROFISSIONAL
Filipe nem precisou pensar muito para assumir o time principal. A demissão de Tite foi anunciada por volta das 7h30. Antes disso, foi o tempo de Marcos Braz ligar para o ex-jogador e, em rápida conversa, definirem que ele se apresentaria ao módulo profissional naquela segunda-feira. O treinador foi claro: é impossível dizer não ao Flamengo.
A missão era salvar o ano. A estreia já era pela semifinal da Copa do Brasil contra o Corinthians. Filipe não decepcionou. Perdeu apenas uma partida, no clássico com o Fluminense. Resultado esse que rendeu a ele a pior noite de sono desde que deu os primeiros passos no futebol. Na final contra o Atlético-MG, colocou em campo um Flamengo soberano e que passou por tudo sem sustos para colocar o terceiro troféu em sua prateleira em menos de um ano.
FILIPISMO
O "Filipismo" deu esperanças renovadas ao Flamengo. Se gerou apreensão no começo pela falta de experiência, a mudança que levou para o dia a dia e para o modo de jogar do time empolgaram novamente o torcedor. Nem a eleição fez o treinador balançar.
As nove vitórias, cinco empates e uma derrota credenciaram Filipe Luís a fazer o torcedor sonhar. Se 2025 for um pouco parecido com o que 2024 foi, o Flamengo poderá voltar a ser protagonista em várias competições para soltar mais vezes o grito de campeão.