• Quarta-feira, 25 de junho de 2025

Europeus são eliminados em Mundial de Clubes com roteiro reescrito

Em 7 jogos contra times sul-americanos, eles só venceram 2 vezes

O roteiro parecia predeterminado: os gigantes do futebol europeu passariam por cima de adversários de continentes distantes na nova Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Em vez disso, o torneio teve uma reviravolta em seu enredo, deixando clubes tradicionais da Europa em busca de explicações. Porto e Atlético de Madri foram eliminados na fase de grupos, e os times europeus venceram apenas duas de sete partidas disputadas contra adversários sul-americanos, levando por água abaixo o esperado domínio do continente.

"Sabíamos de antemão que o torneio seria no final de uma longa temporada, enquanto que para os sul-americanos é bem no meio, quando eles estão no auge", lamentou Diego Simeone, técnico do Atlético de Madri, após a eliminação precoce de sua equipe.

A narrativa da exaustão já se tornou familiar, com o sindicato de jogadores FIFPro Europa entrando com uma ação legal contra a Fifa por causa do calendário punitivo. Há também o calor escaldante do verão norte-americano. Mas os sul-americanos, no entanto, rejeitam totalmente essas explicações.

"Joguei por muitos anos na Europa e não acredito nessa narrativa de cansaço de fim de temporada", disse o técnico do Flamengo, Filipe Luís, depois de uma vitória imponente do time brasileiro por 3 a 1 sobre o Chelsea. "Chegamos aqui encarando cada jogo como uma final. Isso faz uma grande diferença", acrescentou Filipe Luís, que jogou sob o comando de Simeone no Atlético.

As estatísticas complicam ainda mais o argumento do esgotamento europeu. Entre os clubes participantes da Copa do Mundo de Clubes, os quatro times brasileiros -- Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras -- lideram a lista de partidas disputadas no último ano, cada um ultrapassando 70 jogos. O Botafogo, que se classificou no Grupo B junto com o Paris Saint-Germain, à custa do Atlético de Madri, jogou 18 partidas a mais do que seus adversários espanhóis no mesmo período. Embora os times brasileiros tenham tido um mês de descanso antes do início da temporada nacional, seus calendários lotados há muito tempo são motivo de reclamação na América do Sul. O ex-jogador brasileiro Zico criticou a atitude das equipes europeias:

"Tem existido uma supervalorização do futebol europeu, mas é preciso dar um basta nisso. Eles não são donos, eles começam a arrumar muitas desculpas quando a coisa não vai legal", afirmou. "Quando tem alguma coisa de diferente, o calor, o fim de temporada, isso tudo nós fazíamos (quando o Mundial de Clubes em seu formato anterior era disputado em dezembro) e ninguém ficou enchendo o saco, reclamando disso ou dando desculpa quando perde", acrescentou.

Nem todos os técnicos europeus culparam fatores externos pelas dificuldades de suas equipes. O técnico da Juventus, Igor Tudor, disse que não viu "nenhum sinal de cansaço" em sua equipe, enquanto o técnico do PSG, Luis Enrique, apesar da surpreendente derrota por 1 a 0 para o Botafogo, elogiou o torneio.

"Acho que o conceito é brilhante. É uma celebração do futebol", disse Luis Enrique. "Não é nenhuma surpresa para mim. É bom ver equipes de diferentes partes do mundo."

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Por: Redação

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