O Departamento de Guerra dos Estados Unidos ordenou nesta 6ª feira (24.out.2025) o deslocamento do USS Gerald R Ford, considerado o maior porta-aviões do mundo, para a América do Sul e o Caribe. A embarcação, com capacidade para transportar até 90 aeronaves, deixará o Mediterrâneo para reforçar operações contra o tráfico de drogas nas regiões. As informações são da BBC.
O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, escreveu em sua página no X que, “a presença das forças americanas na área de responsabilidade do Comando Sul reforçará a capacidade dos EUA de detectar, monitorar e desmantelar atividades e atores ilícitos que comprometam a segurança e a prosperidade do território nacional dos EUA e a segurança no Hemisfério Ocidental”.
O fortalecimento da presença militar dos Estados Unidos no mar do Caribe e no Oceano Pacífico deverá fazer parte da conversa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano). Os 2 devem se reunir presencialmente pela 1ª vez no domingo (26.out.2025) em Kuala Lumpur, na Malásia. Ambos estão no país asiático para participar da cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático). Lula já está na capital malaia. Trump deve chegar no mesmo dia do encontro.
A presença militar norte-americana no Caribe inclui 8 navios de guerra, 1 submarino nuclear e aeronaves F-35. No mesmo dia do anúncio da transferência do porta-aviões, o secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, informou que uma operação no Mar do Caribe resultou na morte de 6 pessoas descritas por ele como “narco-terroristas do sexo masculino”. O secretário identificou a embarcação alvo como pertencente à organização criminosa Tren de Aragua.
Esta ação se soma a uma série de operações recentes próximas à costa da Venezuela. No domingo (19.out), Hegseth já havia anunciado que os militares norte-americanos destruíram outra embarcação no mar do Caribe, matando 3 tripulantes supostamente ligados ao ELN (Exército de Libertação Nacional), grupo guerrilheiro da Colômbia.
A administração Trump realizou dez ataques contra supostos traficantes de drogas desde o início de setembro. A maioria dessas operações foram feitas no Caribe, próximo à América do Sul, mas em 21 e 22 de outubro, os EUA também conduziram ataques no Oceano Pacífico. Com as 6 mortes anunciadas por Hegseth na 6ª feira (24.out.2025), o número total de pessoas mortas nos ataques norte-americanos chega a pelo menos 43.
Segundo uma reportagem publicada pelo The Washington Post na 4ª feira (22.out.2025), o presidente Donald Trump (Partido Republicano) estaria preparando uma ofensiva militar na costa da Venezuela que poderia levar à queda do governo de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda). De acordo com o jornal, Trump assinou na semana passada um documento confidencial autorizando a CIA a realizar “ações agressivas” contra o governo venezuelano e grupos ligados ao narcotráfico.
Com o aumento da tensões, Maduro fez um apelo na 5ª feira (24.out) em que disse: “Por favor, nenhuma guerra louca”. A frase foi dita em inglês para uma televisão estatal do país.





