• Terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Estudo revela se trabalhar em casa faz bem para a saúde mental

Pesquisa com 16 mil pessoas mostra impacto positivo sobretudo entre mulheres e trabalhadores emocionalmente vulneráveis

A popularização do trabalho remoto reacendeu entre cientistas australianos da Universidade de Melbourne uma pergunta essencial: afinal, trabalhar em casa faz bem para a saúde mental ou não? O estudo, que será publicado na próxima edição da revista, aponta que sim — mas não da mesma maneira para todos. Os efeitos variam conforme gênero, histórico emocional e até a duração do deslocamento diário. Leia também Os cientistas analisaram dados de um dos maiores levantamentos longitudinais do país. Criado e conduzido pelo Melbourne Institute, o banco acompanha anualmente, desde 2001, milhares de australianos acima de 15 anos, registrando informações sobre Neste estudo, foram avaliados 16 mil trabalhadores ao longo de aproximadamente duas décadas. Os anos de 2020 e 2021 — marcados pela pandemia —  foram excluídos para evitar influências que não fossem o próprio trabalho. Os pesquisadores compararam períodos presenciais, híbridos e remotos, ajustando o modelo estatístico para descartar interferências de eventos pessoais relevantes. Benefícios para mulheres de trabalhar em casa De acordo com o estudo, entre as mulheres, especialmente aquelas que já tinham algum grau de fragilidade emocional, o impacto do trabalho remoto foi bastante positivo. Segundo os autores, a melhora do bem-estar chegou a ser equivalente, estatisticamente, a um O modelo híbrido  — com a maior parte da semana em casa e alguns dias no escritório — foi o formato mais favorável. A vantagem não se limitou ao fim do deslocamento; envolveu também redução de estresse, maior controle da rotina e equilíbrio entre diferentes responsabilidades. Homens se beneficiam menos Para os homens, o home office isoladamente não apresentou impacto significativo na saúde mental. No entanto, diminuir o tempo gasto no deslocamento diário fez diferença, principalmente entre aqueles que já tinham sofrimento psicológico prévio. O estudo mostrou que acrescentar apenas meia hora ao trajeto era suficiente para reduzir o bem-estar, em magnitude comparável à perda de 2% da renda familiar. Para quem não tinha saúde mental estável, Os dados reforçam que não existe uma única resposta sobre os efeitos do trabalho remoto. O impacto é influenciado por fatores como rotina doméstica, nível de estresse anterior, demandas profissionais e divisão das responsabilidades. Para mulheres e pessoas emocionalmente vulneráveis, trabalhar em casa — mesmo que parcialmente — reduziu desgastes e proporcionou melhor qualidade de vida. Em outros casos, o principal benefício foi simplesmente evitar longos deslocamentos. O estudo reflete a realidade australiana, onde políticas públicas, renda média e dinâmica familiar podem ser diferentes das observadas no Brasil. Ainda assim, oferece pistas úteis para empresas e profissionais que buscam Ao final, os pesquisadores concluem que trabalhar em casa pode sim melhorar a saúde mental — mas isso depende de quem está trabalhando, em que condições e com qual nível de apoio. A flexibilidade aparece como elemento central, capaz de reduzir estresse, equilibrar cargas e tornar o dia a dia mais sustentável. É uma resposta que não cabe em um único modelo, mas que aponta para a importância de políticas de trabalho adaptáveis e individuais. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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