• Segunda-feira, 14 de abril de 2025

Estados Unidos e Irã iniciam negociações sobre acordo nuclear em Omã

Em Omã, delegações dos EUA e Irã vão discutir um possível acordo sobre o programa nuclear iraniano, alvo de críticas e ameaças de Trump

Após meses de ameaças, aumento da retórica militar e negociações indiretas, e se reúnem em Omã para dar início as discussões sobre um possível acordo sobre o programa nuclear iraniano. As conversas deste sábado (12/5) marcam a retomada do diálogo direto entre Washington e Teerã, cinco anos depois do último contato oficial. Programa nuclear do Irã é o foco Desde o início do segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, Trump disse que um dos objetivos de sua política externa é impedir que o Irã consiga uma arma nuclear. Além de pressões econômicas, Trump quer alcançar um acordo nuclear com o país liderado pelo aiatolá Ali Khamenei. A última atualização da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) indica que o . O nível necessário para a construção de armas de destruição em massa são 42 kg enriquecidos a 90%. EUA e Irã chegaram a firmar um pacto nesse sentido em 2015. Trump, contudo, decidiu abandonar o acordo em 2018. Como forma de pressão, Trump disse que o Irã poderá ser alvo de retaliações, como bombardeios, caso não aceite negociar com os EUA. A delegação norte-americana será liderada pelo enviado especial de Donald Trump, conforme anunciado anteriormente pela Casa Branca. Já o ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, será o chefe da comitiva iraniana em . As conversas ocorrem em um momento de tensões e ruídos diplomáticos entre os dois países, visíveis até mesmo na indefinição sobre o formato das discussões. Enquanto Teerã refuta as afirmações e trata a reunião como o início de negociações indireta, com Mascate, capital de Omã, realizando a ponte entre as duas equipes de negociadores. Isso ocorre após o país liderado pelo aiatolá se negar a manter discussões diretas diante das políticas de Trump contra o Irã, assim como o aumento da retórica militar norte-americana. Fatores que colocam ainda mais tensão sobre o encontro, e o futuro da região. Pressão máxima Antes do encontro em Omã, a administração Trump aumentou as sanções econômicas contra o Irã, como parte da . O primeiro pacote de sanções, apresentado quatro dias antes das negociações, mirou cinco entidades e um cidadão no Irã. Eles são acusados de dar suporte, por meio da compra ou fabricação de tecnologias, a instituições como a Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI) e a Empresa de Tecnologia de Centrífugas do Irã (Tesa). Um dia depois, outras oito entidades foram alvo de retaliações comerciais em uma ação conjunta dos departamentos do Tesouro e de Estado dos EUA, entre elas uma companhia chinesa. Ambas são apontadas como facilitadoras no comércio de petróleo do Irã, seja por meio da compra, seja pela venda, seja pelo transporte. Ameaça militar Mesmo com a pressão comercial, caso o acordo nuclear com o Irã fracasse. Israel, segundo o presidente norte-americano, . Ainda assim, o presidente dos EUA determinou que forças militares norte-americanas aumentassem a presença no Oriente Médio. Com isso, um segundo comboio de guerra foi enviado para a região. . Apesar do cenário, das promessas de retaliar qualquer agressão norte-americana e de se negar a negociar sob ameaças, Teerã informou que estando dando “uma chance genuína” para as negociações com os EUA. “Com sincera vigilância e seriedade, estamos dando uma chance genuína à diplomacia”, destacou o vice-chanceleer do Irã, Esmaeil Baqaei. “Os EUA deveriam valorizar essa decisão tomada, apesar do rebuliço de confronto que prevalece”.
Por: Metrópoles

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