Especialistas explicam diferenças entre AVC isquêmico e hemorrágico
Dois tipos de AVC têm causas distintas — entupimento ou sangramento — e pedem tratamentos específicos
é uma das principais emergências médicas no Brasil e pode deixar sequelas graves quando o atendimento não acontece rapidamente.
Apesar de muita gente tratar o AVC como uma condição única, ele pode ocorrer por dois mecanismos diferentes: isquemia ou hemorragia. Essa distinção é fundamental, porque determina a gravidade do quadro e o tratamento que precisa ser iniciado ainda nas primeiras horas.
No AVC isquêmico, um vaso sanguíneo do cérebro fica obstruído — — e impede a passagem de sangue e oxigênio para determinada área.
Já no AVC hemorrágico, o problema acontece quando um vaso cerebral se rompe e o sangue extravasa para dentro do tecido cerebral, aumentando a pressão dentro do crânio e comprimindo estruturas importantes. Ambos causam sintomas parecidos, e é por isso que apenas uma tomografia consegue confirmar o tipo.
Leia também
Logo no início do atendimento, os sinais clínicos não são suficientes para identificar qual AVC está acontecendo. O neurologista Mateus Trindade, do Hospital Sírio-Libanês, explica o que tanto o : “Fraqueza de um lado do corpo, dificuldade de fala, perda visual e alteração súbita do nível de consciência”.
Alguns indícios sugerem hemorragia — como “dor de cabeça muito intensa, vômitos no início e rebaixamento rápido da consciência” —, mas ele reforça que isso não é confiável. Por isso, a tomografia é essencial.
Trindade também detalha por que o AVC hemorrágico costuma ser mais grave: ele combina “sangramento ativo, que pode se expandir rapidamente” com o .
Além disso, não existe uma intervenção tão imediata quanto a trombólise ou a trombectomia, usadas no AVC isquêmico. Isso explica a mortalidade inicial mais alta e o maior risco de sequelas.
As primeiras horas de tratamento seguem caminhos muito diferentes. No AVC isquêmico, a prioridade é reabrir o vaso entupido, seja com trombólise (em até 4,5 horas, na maioria dos casos) ou trombectomia mecânica. Paralelamente, a equipe controla pressão arterial, glicemia e temperatura.
Já no AVC hemorrágico, é preciso interromper medicamentos anticoagulantes, controlar a pressão para evitar expansão do hematoma e, em alguns casos, realizar cirurgia para remover o sangue acumulado.
Fatores de risco
Em relação aos fatores de risco, Trindade reforça que há elementos compartilhados — —, mas alguns predominam em cada tipo.
No AVC isquêmico, arritmias como fibrilação atrial e aterosclerose são destaques. No hemorrágico, o fator mais importante é a hipertensão arterial, além do uso de anticoagulantes.
O neurologista Bruno Diógenes Iepsen, porta-voz da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), lembra que a prevenção passa diretamente pelo controle desses fatores.
reduz de maneira significativa o desgaste dos vasos cerebrais, diminuindo tanto o risco de entupimento quanto de rompimento.
“Hábitos protetores, como alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, evitar tabagismo e excesso de álcool, manter sono de qualidade e cuidar da saúde mental”, explica.
Entender a diferença entre AVC isquêmico e hemorrágico ajuda a reconhecer a urgência do atendimento e reforça a importância de manter os fatores de risco sob controle.
Mesmo com mecanismos distintos, os dois tipos exigem ação rápida, diagnóstico preciso e medidas preventivas contínuas para evitar sequelas e salvar vidas.
Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles





