• Terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Entenda as condições de Putin para um cessar-fogo na Ucrânia

Em meio a negociações, Putin reiterou que fim da guerra depende da retirada ucraniana de territórios reivindicados por Moscou

O presidente da Rússia, , voltou a condicionar qualquer cessar-fogo na Ucrânia à retirada das tropas ucranianas das regiões reivindicadas por Moscou. A declaração foi dada nesta quinta-feira (27/11), durante entrevista coletiva em Bishkek, no Quirguistão, onde o líder participa de uma cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC). Putin reiterou que não aceitará um cessar-fogo incondicional, alegando que isso permitiria à Ucrânia e aos aliados ocidentais “ganhar tempo” para recompor as forças armadas ucranianas. “As se retirarão dos territórios que ocupam, e então as hostilidades cessarão. Se não se retirarem, conseguiremos isso por meios militares”, declarou. Sem rascunho de acordo de paz Apesar do avanço das conversas internacionais, o líder do Kremlin afirmou que não existe ainda um rascunho de acordo de paz para a Ucrânia. Segundo ele, Washington entregou apenas “uma lista de questões” para discussão, e não um texto formal. “. Quanto mais cedo, melhor — se conseguirmos atingir os objetivos da operação militar especial”, afirmou. “Seria indelicado falar de versões finais agora, porque elas não existem.” Putin disse que os EUA “consideraram a posição russa em algumas áreas”, mas lembrou que pontos essenciais ainda exigem negociações profundas. O Kremlin confirmou que uma delegação norte-americana viaja a Moscou no início da próxima semana, sem detalhar os nomes dos enviados, responsabilidade que o presidente atribuiu a Donald Trump. Representando Moscou, participarão diplomatas do Ministério das Relações Exteriores e assessores próximos do Kremlin, como Vladimir Medinsky — que chefiou as negociações com Kiev em 2022 — e Yury Ushakov, articulador central do diálogo atual com Washington. Entenda as condições de Putin para um cessar-fogo na Ucrânia - destaque galeria6 imagens Entenda as condições de Putin para um cessar-fogo na Ucrânia - imagem 2O presidente russo, Vladimir Putin, discursou durante uma reunião no TajiquistãoPronunciamento de Volodymyr Zelensky Pronunciamento de Volodymyr Zelensky Volodymyr ZelenskyFechar modal. MetrópolesVladimir Putin1 de 6 Vladimir Putin Contributor/Getty Images Entenda as condições de Putin para um cessar-fogo na Ucrânia - imagem 22 de 6 O presidente russo, Vladimir Putin, discursou durante uma reunião no Tajiquistão3 de 6 O presidente russo, Vladimir Putin, discursou durante uma reunião no Tajiquistão Contribuinte/ Getty Imagens Pronunciamento de Volodymyr Zelensky 4 de 6 Pronunciamento de Volodymyr Zelensky Pronunciamento de Volodymyr Zelensky 5 de 6 Pronunciamento de Volodymyr Zelensky Gabinete Presidencial da Ucrânia Volodymyr Zelensky6 de 6 Volodymyr Zelensky Gabinete Presidencial da Ucrânia Planos divergentes As conversas entre ocorrem em meio a diferenças significativas entre as propostas de paz discutidas por Washington e pelos países europeus. Proposta dos EUA Reconhece o controle russo sobre Crimeia, Donetsk e Lugansk; Congela as posições atuais em Kherson e Zaporíjia; Exige que a Ucrânia abandone o plano de entrar na Otan. Putin afirmou que esse esboço “pode servir como base”, mas alegou que não recebeu ainda a versão atualizada elaborada em Genebra, após reuniões entre americanos e ucranianos. Proposta europeia Não reconhece soberania russa sobre nenhum território ocupado; Não impõe veto permanente à entrada da Ucrânia na Otan. Kiev, por sua vez, insiste que não aceitará concessões territoriais. Potências europeias tentam manter uma frente unificada contra qualquer acordo que legitime ocupações. Leia também Condições já apresentadas pela Rússia O líder russo reafirmou a posição anunciada no ano passado: que Moscou considera como seu território. As quatro províncias foram anexados pela Rússia em referendos amplamente contestados pela ONU e pelo Ocidente, em 2022. Segundo Moscou, parte dessas regiões já estaria “libertada”, especialmente Lugansk e porções estratégicas de Donetsk e Zaporíjia. Ainda, sim, Putin afirmou que Moscou está disposta a negociar, entretanto, o Kremlin reforça que não aceitará um cessar-fogo que interrompa operações russas sem garantir seus objetivos estratégicos. Isso mantém o avanço militar no terreno como fator determinante para qualquer acordo.
Por: Metrópoles

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