A Embraer, fabricante brasileira de aeronaves, está fortalecendo sua atuação na Índia com a abertura de uma subsidiária no país –hoje o 3º maior mercado de viagens aéreas do mundo. A empresa anunciou a criação de uma subsidiária com sede em Nova Délhi.
A Embraer tem cerca de 50 aeronaves em operação no país, mas é uma presença discreta na Índia, quando comparada a mercados como China e Japão. A criação da unidade busca reverter esse cenário.
Segundo a empresa, a iniciativa está alinhada com os planos do governo indiano de incentivar a produção local por meio da política “Make in India”. A fabricante brasileira também pretende expandir sua equipe no país, com contratações nas áreas de engenharia, cadeia de suprimentos e funções corporativas.
Um dos principais focos da Embraer na Índia é a possível venda do cargueiro militar KC-390 Millennium para a Força Aérea Indiana. A negociação ainda está em fase inicial, mas a empresa já firmou, em 2024, um memorando de entendimento com a Mahindra Defence Systems para atuar em conjunto no programa indiano de aeronaves de transporte médio.
O KC-390 é uma das apostas da Embraer no setor de defesa. O avião transporta até 26 toneladas, voa mais rápido que outros modelos da mesma categoria. O principal concorrente é o C-130 Hercules, da norte-americana Lockheed Martin.
A aeronave já foi adquirida por forças aéreas de países como o Brasil, Portugal, Hungria, Holanda, Áustria, Suécia, Coreia do Sul e República Tcheca.
Além dessas vendas confirmadas, há negociações em andamento e interesse declarado de países como Eslováquia, Chile, Marrocos, Emirados Árabes Unidos, México e África do Sul.
Além do segmento militar, a Embraer também tenta ganhar espaço no mercado de aviação comercial indiano, onde os jatos regionais ainda têm pouca participação. A empresa vem promovendo sua nova geração de jatos E2, especialmente o modelo E195-E2, que acomoda até 146 passageiros.
Durante a conferência anual da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), realizada em Nova Délhi, representantes da Embraer apresentaram os E-Jets a empresas como a Air India e a low-cost IndiGo.
A Air India, que passou por um processo de privatização, já sinalizou interesse em renovar e expandir sua frota.
O redator Caio Barcellos viajou a convite da Iata
