• Terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Em crise, Louvre aumentará em 45% preço do ingresso para não europeus

Aumento será de 45% para visitantes que não são da Europa. Medida passa a valer a partir de 2026

O decidiu, nessa quinta-feira (27/11), aumentar em 45% o preço de seu ingresso para , a partir de 2026, uma medida defendida pelo governo e denunciada por sindicatos, informaram o museu e organizações de funcionários. A partir de 14 de janeiro, cidadãos de fora do Espaço Econômico Europeu (EEE, que inclui a União Europeia, Islândia, Liechtenstein e Noruega) terão que pagar € 32 (cerca de R$ 198) para visitar o museu, € 10 a mais do que o preço atual do ingresso. O Louvre espera obter, com esse aumento, de “€ 15 milhões a € 20 milhões” por ano em receita adicional, que será destinada a resolver os “problemas estruturais” do museu, segundo a instituição. Leia também A decisão foi tomada após uma reunião do Conselho de Administração do Louvre na tarde desta quinta-feira e em meio à turbulência causada pelo roubo de 19 de outubro. Segundo o sindicato que representa os funcionários do museu, o resultado da votação entre os 19 membros do conselho, que inclui quatro representantes do Estado francês, era “inevitável”. “Será um fato consumado”, disse Gary Guillaud, representante do sindicato no Louvre, antes da reunião. Esse aumento de preço foi proposto em janeiro deste ano pela ministra da Cultura, Rachida Dati, que declarou sua intenção de ser “inovadora” na geração de novas receitas, após a presidente do Louvre, Laurence des Cars, ter manifestado preocupação com o estado precário do museu. Segundo a ministra, os fundos gerados por esse aumento de preço também serão usados para financiar o ambicioso projeto do presidente Emmanuel Macron de renovação do Louvre, recentemente estimado pelo Tribunal de Contas em mais de um bilhão de euros. De acordo com um relatório recente do Tribunal de Contas, o Louvre precisa de “uma montanha de investimentos que não consegue financiar”, principalmente devido à “falta de priorização de seus inúmeros projetos”. As conclusões iniciais da investigação administrativa ordenada após o roubo já apontavam para “um nível inadequado de equipamentos de segurança”. Universalidade e discriminação O ingresso já havia aumentado de € 17 para € 22 em janeiro de 2024 para todos os visitantes. Em nome da “universalidade” e do “acesso à cultura”, os sindicatos rejeitaram unanimemente esse aumento de preço. O Louvre recebe quase 9 milhões de visitantes por ano, dos quais 80% são turistas estrangeiros. “Este aumento desproporcional e inaceitável, que se soma aos vários aumentos significativos de preços observados nos últimos anos, não contribui para alcançar a universalidade pretendida, uma vez que dificulta o acesso às nossas coleções”, escreveu o sindicato CGT em comunicado. Além disso, as organizações sindicais temem que o público internacional se sinta discriminado. Em seu recente relatório sobre o Louvre, o Tribunal de Contas francês propôs que a tarifa mais alta seja aplicada como “padrão”, e que os cidadãos europeus sejam responsáveis por comprovar seu local de residência. “Isso implica um número significativo de pessoas a serem verificadas”, enfatizou o Tribunal. Outros importantes pontos turísticos franceses também terão que se adaptar. De acordo com Rachida Dati, uma tarificação diferenciada entrará em vigor em 2026 para “todos os operadores culturais nacionais”. Citado pela ministra, a direção do Palácio de Versalhes disse à AFP que está considerando, em particular, aumentar o preço das visitas individuais em três euros para residentes fora do EEE. Essa mudança nos preços, que poderia gerar cerca de € 9,3 milhões, ainda não foi aprovada pelo conselho de administração. Outro ponto turístico mencionado pela ministra, o Museu d’Orsay, não planeja nenhuma alteração de preços nesta fase.
Por: Metrópoles

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