A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse na 4ª feira (18.jun.2025) que ainda é cedo para considerar mudanças no preço dos combustíveis com base no conflito entre Israel e Irã no Oriente Médio. A região é estratégica para produção global de petróleo e gás.
“Esse cenário tem apenas 5 dias. É bem recente. A Petrobras não faz movimentos abruptos. Aumento ou redução nos preços de combustíveis são feitos a partir de movimentos delicados. Só nos movimentamos quando identificamos tendências. Não queremos trazer para o Brasil a instabilidade e a volatilidade do sistema de precificação internacional”, disse em entrevista a jornalistas no Rio.
Uma das preocupações para os mercados globais é se o conflito afetará a navegação do Estreito de Ormuz, que fica entre o golfo de Omã e o golfo Pérsico. Nele transitam 21 milhões de barris por dia, ou cerca de 21% do petróleo que é consumido em todo o mundo, segundo a Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos.
O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, disse que não vê potenciais prejuízos para a Petrobras em caso de alteração de navegação no estreito.
“Historicamente é muito difícil acontecer esse fechamento. Pode ter uma restrição, redução, fluxos menores dos navios. Até porque tem aliados do Irã como Qatar e Kuwait, que escoam óleo por ali. Abastecimento da China também passa por aquela região. Para nossas atividades, está mais ligado com a saída do petróleo leve. O último navio saiu da região na sexta-feira e abasteceu a Reduc [refinaria de Duque de Caxias]. Mas existem alternativas logísticas para suprir esse petróleo”, afirmou
Na entrevista, Magda Chambriard foi questionada sobre o processo para exploração de petróleo na Margem Equatorial. Ela afirmou que a empresa está seguindo todos os processos exigidos pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)
para e que o último rito formal deve ser realizado em breve.
“A sonda para a operação está se movendo, vai parar no Ceará para trocar tripulação e depois vai para a Margem Equatorial. A gente tem obrigação de entregar essa sonda e depois que o Ibama vistoriar tem tudo para marcar a autorização para treinar o evento de início de perfuração”, disse a presidente da estatal.
A Petrobras foi um dos destaques no leilão organizado na 3ª feira (17.jun) pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Dos 34 blocos de exploração de petróleo colocados em leilão, a empresa arrematou 10 blocos na Bacia Foz do Amazonas e 3 blocos na Bacia de Pelotas, com desembolso de R$ 139 milhões.
Outros 21 blocos foram adquiridos por empresas nacionais e estrangeiras nas bacias do Parecis, Foz do Amazonas, Santos e Pelotas: uma área de 28.359,55 km². No total, foram desembolsados mais de R$ 989 milhões na aquisição dos blocos. A previsão de investimento mínimo na fase de exploração é de R$ 1,45 bilhão.
Com informações da Agência Brasil.