O MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) não atendeu a pedido do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), para convocação de mais 100 analistas de comércio exterior. A solicitação se daria para reforçar a equipe, levando em conta as sobretaxas de 50% que os Estados Unidos estabeleceram sobre produtos brasileiros, segundo apurou o Poder360.
Em julho, Alckmin já havia procurado o ministério chefiado por Esther Dweck para que os profissionais requisitados integrassem as vagas excedentes no CPNU (Concurso Público Nacional Unificado), o Enem dos Concursos.
A AACE (Associação dos Analistas de Comércio Exterior) também procurou a ministra em 19 de setembro para solicitar nova convocação, conforme ofício ao qual este jornal digital teve acesso. O pedido não foi atendido.
“A demanda por analistas de comércio exterior tem se intensificado em função do novo contexto geopolítico internacional, marcado por tensões comerciais crescentes e adoção de medidas unilaterais por parte de importantes parceiros comerciais”, diz o documento.
Na 5ª feira (2.out), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou 3 decretos que autorizam a nomeação de 1.984 cargos em órgãos federais. As medidas fazem parte do projeto de recomposição do serviço público e incluem convocações de cadastro de reserva de concursos realizados nos últimos 2 anos.
Os analistas de comércio exterior não foram atendidos. Auditores do BC (Banco Central), analistas de Planejamento e Orçamento e funções em agências reguladoras estão entre os cargos contemplados.
“A ausência da carreira de ACEs no decreto surpreendeu a AACE, especialmente diante do pleito formal do Mdic [Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços] e do apoio institucional obtido em diferentes esferas e com a autorização de convocações para o MPO [Ministério do Planejamento e Orçamento] e o Banco Central — carreiras de perfil e complexidade semelhantes à dos ACEs”, afirmou a associação de analistas em nota.
Estão entre as atribuições de analistas de comércio exterior:
O Poder360 procurou a assessoria do MGI, por e-mail, para obter um posicionamento sobre a decisão de não autorizar a nomeação de analistas de comércio exterior. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
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