• Sexta-feira, 25 de abril de 2025

Donos de fintechs são denunciados por lavagem de dinheiro

Ministério Público acusa empresários de operar esquema bilionário por meio das fintechs 2 Go Bank e InvBank.

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) denunciou os donos das fintechs 2 Go Bank e InvBank Soluções Financeiras por envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo a investigação, as empresas teriam movimentado R$ 6 bilhões por meio de um sistema financeiro ilegal. A informação foi divulgada pelo Estadão nesta 2ª feira (24.mar.2025).

Os denunciados são Cyllas Salerno Elias Júnior, da 2 Go Bank, e Carlos Alexandre Ballotin e Marcelo Henrique Antunes da Palma, do InvBank. Eles foram citados na delação de Antônio Vinícius Gritzbach, morto a tiros em novembro de 2024 no Aeroporto Internacional de São Paulo. Os promotores pedem que os 3 paguem R$ 100 milhões em multa por dano moral coletivo e dano social.

De acordo com o Estadão, a investigação aponta que, desde 2020, Ballotin e Palma convertiam recursos de origem criminosa em ativos lícitos por meio do InvBank. No mesmo período, Cyllas, policial civil ligado ao Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), teria iniciado operações semelhantes com a 2 Go Bank. As defesas dos acusados negaram as acusações durante as investigações.

Os envolvidos exploravam lacunas regulatórias das fintechs para ocultar a origem do dinheiro. Entre os métodos identificados estavam smurfing (fracionamento de transações), conversão de dinheiro ilícito em criptomoedas e uso de contas de laranjas e empresas de fachada. Também teriam sido realizadas operações imobiliárias para ocultar os verdadeiros compradores.

No caso da 2 Go Bank, a fintech fornecia USDT, moeda digital lastreada ao dólar, em troca de valores recebidos por empresas de fachada. Essas transações envolviam diversos países, incluindo Estados Unidos, Paraguai, Peru, Holanda, Argentina, Canadá, Panamá, Colômbia, Turquia, Dubai, Hong Kong e China. Parte do dinheiro movimentado pela 2 Go Bank teria sido rastreada até carteiras digitais associadas a crimes de terrorismo, segundo informações do Banco Topázio.

A InvBank, por sua vez, operava com a empresa de fachada Crédito Urbano, registrada no nome de Josenilson Urbano dos Santos, mas controlada por Ballotin. Os recursos eram transferidos para a MVE Administração de Bens e Participações Ltda., vinculada a Ademir Pereira de Andrade, alvo da Operação Tacitus da Polícia Federal, suspeito de operar esquemas financeiros para o PCC.

Segundo os promotores, os recursos movimentados por essas fintechs eram utilizados para financiar atividades do PCC, incluindo o tráfico de drogas. O caso está sob a 1ª Vara Especializada de Crimes contra a Ordem Tributária, Organização Criminosa e Lavagem de Bens, Direitos e Valores da Capital.

Por: Poder360

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