Dólar sobe a R$ 5,71 com freio na economia global. Bolsa tem leve alta
O dólar engatou a segunda alta consecutiva, em meio à preocupação dos investidores acerca de uma possível desaceleração da economia global
O engatou a segunda alta consecutiva nesta sexta-feira (21/3), última sessão do mercado na semana, em linha com o exterior e em meio à preocupação dos investidores acerca de uma possível desaceleração econômica global em 2025.
O que aconteceu
A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 0,73%, negociada a R$ 5,717.
Na cotação máxima do dia, o dólar bateu R$ 5,734. A mínima foi de R$ 5,681.
Na véspera, .
Mesmo com o resultado, a moeda dos Estados Unidos acumula perdas de 3,37% no mês e 7,49% no ano.
Bolsa de Valores
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (), fechou em leve alta, em uma sessão marcada por forte volatilidade, com alternância entre perdas e ganhos.
No fim do pregão, o indicador avançou 0,18%, aos 132,1 mil pontos.
No dia anterior, depois de seis altas consecutivas, o indicador fechou em baixa de 0,38%, aos 132 mil pontos.
Apesar do resultado, o Ibovespa acumula ganhos de 7,5% em março e 9,75% em 2025.
Ações
Entre os principais destaques do dia no pregão, as ações da Petrobras subiam 1,38% no fim da sessão.
No setor financeiro, os papéis do Bradesco avançavam 1,62%.
As ações do Banco do Brasil subiam 0,11%.
A maior alta do pregão ficou com as Casas Bahia, que disparou quase 20%.
Desaceleração global
Assim como no dia anterior, os investidores do mercado repercutiram nesta sexta-feira perspectivas mais negativas a respeito do crescimento da economia mundial neste ano, especialmente nos EUA e na Europa.
Na última quarta-feira (19/3), dia em que o (Fed, o Banco Central dos EUA) anunciou , a autoridade monetária atualizou suas projeções para os indicadores da economia norte-americana e .
Em meio ao clima de incerteza, amplificado pelos rompantes de Trump e por uma dura política tarifária que colocou o mundo à beira de uma guerra comercial, a hipótese de os EUA entrarem em recessão foi reforçada pelo GPDNow – uma espécie de “monitor do PIB” elaborado pelo Federal Reserve de Atlanta. Em sua última leitura, no início de março, a estimativa era a de uma queda anualizada de 2,5% do PIB no primeiro trimestre, bem diferente da projeção anterior (alta de 2,3% para o período).
De acordo com um relatório elaborado por analistas do JPMorgan, a economia dos EUA deve avançar apenas 1% entre janeiro e março (ante 1,5% da estimativa anterior do banco) e nos próximos 12 meses chega a 40%. O Goldman Sachs, mais moderado, fala em 20%. A consultoria BCA Research, mais pessimista, indica uma chance de 75% de que o país entre em recessão técnica nos próximos três meses.
Na quinta-feira (20/3), a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que a possível guerra comercial entre os EUA e a União Europeia (UE) .
Durante audiência no Parlamento Europeu, Lagarde criticou a política tarifária do governo do presidente dos EUA, Donald Trump, que impôs taxas adicionais de 25% sobre importações da Europa.
Segundo a chefe da autoridade monetária do bloco, o “tarifaço” de Trump pode representar uma queda de até 0,5 ponto percentual na taxa de crescimento do PIB da UE em 2025, além de aumentar a inflação.
Lagarde defendeu ainda que os países europeus se integrem a outros mercados para compensar as perdas com as tarifas dos EUA. Na semana passada, o governo Trump implementou tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio em todo o mundo. A partir de abril, entrarão em vigor outras medidas contra a UE.
“O aumento das fricções comerciais é prejudicial ao crescimento e ao bem-estar globais. Eles aumentam os custos, interrompem a produção e, frequentemente, levam a um ajuste das cadeias de suprimentos. Isso também encoraja políticas retaliatórias de ‘olho por olho’, minando ainda mais os benefícios do livre comércio”, afirmou Lagarde a parlamentares europeus.
Orçamento aprovado
Em um dia mais esvaziado na agenda econômica, o mercado financeiro também repercutiu, no cenário doméstico, , que ocorreu na véspera.
O Orçamento da União para 2025 deveria ter sido aprovado no ano passado, mas a votação foi adiada diversas vezes, em meio à discussão sobre emendas parlamentares com o Supremo Tribunal Federal (STF) e também à votação do pacote de ajuste fiscal enviado pela equipe econômica do governo federal. No final, a votação foi realizada com três meses de atraso.
O parecer do relator, Angelo Coronel (PSD-BA), foi protocolado na madrugada desta quinta. Nos últimos dias, o governo federal encaminhou diversos ofícios com pedidos de ajustes na destinação dos recursos públicos.
No início da tarde, do Congresso, de forma simbólica e sem a aprovação de qualquer destaque, ou seja, de trechos apresentados por parlamentares que pudessem alterar o texto do relator.
O relatório aprovado na CMO , o que cumpre a meta do governo de zerar o déficit público neste ano.
A previsão é que o resultado primário apresente déficit de R$ 40,4 bilhões, equivalente a -0,33% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor total, porém, não considera as exclusões das despesas com precatórios (seguindo decisão do STF sobre o tema) e o aumento da arrecadação, por isso a diferença.
O texto aprovado prevê um total de . Desse total, há R$ 39 bilhões em emendas impositivas e , que o governo pode cortar se julgar necessário.
No Orçamento de 2024, o valor total destinado às emendas foi de cerca de R$ 52 bilhões.
As emendas individuais e as emendas de bancada são de caráter impositivo, ou seja, o governo federal é obrigado a executar o montante indicado pelos parlamentares. Já as emendas de comissão não são impositivas e podem ser alvo de bloqueios, contingenciamento e até cancelamento, se o Executivo precisar fazer cortes para fechar as contas públicas durante o ano.
Por: Metrópoles