O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), na manhã desta quarta-feira, 27, que a direita brasileira "ainda não tem esse nível de organização sugerido pela PF". A postagem foi feita em comentário sobre a investigação da Polícia Federal (PF), que sugeriu que a preparação para o golpe de Estado começou em 2019.
Flávio Bolsonaro diz estar cada vez "mais convicto" de que "não há absolutamente nada contra Bolsonaro" na investigação da Polícia Federal.
Nesta terça-feira, 26, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório de mais de 800 páginas em que a Polícia Federal enquadrou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 36 investigados, entre aliados e militares de alta patente, por crimes de golpe de Estado, organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Além disso, o relatório teve o sigilo derrubado e foi divulgado publicamente.
Pouco após a divulgação do relatório, Flávio Bolsonaro falou no Senado Federal sobre "perseguição" contra o pai dele e defendeu uma anistia "ampla, geral e irrestrita".
"Essa perseguição contra Bolsonaro e contra a direita não começou em 2022, em 2023 ou em 2024, começou muito antes", disse, antes de defender a anistia. Afirmou, inclusive, que ela beneficiaria o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), "porque ele já deu vários exemplos de descumprir a lei do impeachment".
Flávio também afirmou que a anistia favoreceria também "aos policiais federais que estão se prestando a esse papel", por terem indiciado dois deputados federais, Marcel van Hattem e Cabo Gilberto Silva. Ambos foram indiciados recentemente por terem feito ataques ao delegado Fábio Shor, da Polícia Federal.
Segundo a PF, a investigação mostrou que o ex-presidente Jair Bolsonaro "planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de Estado e da abolição do Estado Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade".
O relatório da PF aponta ainda que Bolsonaro tinha apoio de oficiais de alta patente, mas enfrentou resistência dos comandantes do Exército e da Aeronáutica. A investigação levou ao indiciamento de 25 militares, incluindo sete generais. O caso agora está com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode oferecer ou não uma denúncia ou ainda solicitar novas diligências.
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