• Sexta-feira, 2 de maio de 2025

Diplomacia brasileira nega crise e fala em “resgate” com a Ucrânia

Ida de Lula à Rússia no início de maio, para as comemorações do Dia da Vitória, provocou desavenças entre Brasília e Kiev

A diplomacia do Brasil na nega qualquer crise com o país liderado por Volodymyr Zelensky, mesmo com recentes declarações inflamadas de Kiev, em relação à viagem do presidente (PT) para a De acordo com autoridades brasileiras na Ucrânia, ouvidas pelo Metrópoles, sob condição de anonimato, a relação a nível diplomático funciona bem – ao menos pela perspectiva brasileira. O que o Brasil busca, no momento, é o resgate da diplomacia presidencial. Desde que assumiu seu terceiro mandato, Lula tem enfrentado dificuldades em dialogar com Zelensky, já que o presidente ucraniano enxerga algumas posturas do líder brasileiro como “pró-Rússia”. Exemplo recente aconteceu no início de abril, quando O principal ponto que travou o diálogo entre os dois presidentes é a participação do líder brasileiro nos eventos do Dia da Vitória, em Moscou. “Existe uma tentativa de resgate da diplomacia presidencial. Não existe crise diplomática, nossa relação é muito boa”, disse uma fonte ligada à diplomacia brasileira em Kiev. “Nossa relação é muito boa, os contatos são fluídos no nível abaixo, na cooperação com os ministérios. Está tudo funcionando perfeitamente bem”. Diálogo sem tomar lados Segundo a diplomacia brasileira na Ucrânia, parte das críticas de Kiev surgem após interpretações erradas da posição do e do governo Lula, sobre o conflito. “A Europa muitas vezes tem outra visão de diplomacia. Uma diplomacia de exclusão, de isolamento, de sanções, e o Brasil não adota essa linha. Mas não adotar essa linha não significa tomar partido, nem para um lado, nem para o outro”, disse um diplomata brasileiro com conhecimento sobre o assunto. “Nós advogamos pelo diálogo, a capacidade de negociação entre as partes, a solução diplomática. Não acreditamos na solução militar, e é dessa forma que nós achamos que podemos melhor ajudar a Ucrânia e Rússia a encontrar a paz”. “Jogo vergonhoso” O último ponto de embate entre Brasil e Ucrânia surgiu no início desta semana, após o embaixador ucraniano em Brasília, Depois do aceno do diplomata ucraniano, autoridades brasileiras dizem ao país governado por A declaração não foi recebida com bons olhos pela diplomacia ucraniana, que revelou a existência de convites formais de Zelensky para encontros com Lula há mais de um ano, por meio de cartas que não teriam sido respondidas. Por isso, Kiev se recusa a fazer uma nova solicitação do tipo. À reportagem uma fonte do alto escalão do governo da Ucrânia chamou o gesto brasileiro de “jogo nojento e vergonhoso”. Ainda assim, autoridades brasileiras insistem que viagens de tal envergadura exigem convites formais.
Por: Metrópoles

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