De acordo com um comunicado do Serviço Nacional de Informações, cerca de dez mil páginas foram publicadas hoje no site do Arquivo Nacional dos Estados Unidos, mas muitas outras — cerca de 50 mil, descobertas em depósitos da CIA e do FBI — ainda aguardam digitalização.
Pouco depois de tomar posse para o segundo mandato na Casa Branca, em 20 de janeiro, Donald Trump assinou uma ordem executiva determinando a desclassificação dos arquivos relacionados ao assassinato do ex-presidente John F. Kennedy (JFK), em 1963, que já foram divulgados, assim como os do irmão dele, "Bobby", e do ativista dos direitos civis Martin Luther King Jr., ambos assassinados em 1968.
Robert F. Kennedy, também ex-senador e pai do atual e controverso secretário de Saúde do governo Trump, foi assassinado no Ambassador Hotel, em Los Angeles, no dia 5 de junho de 1968, pouco depois de vencer as primárias democratas na Califórnia.
Os arquivos incluem notas escritas à mão pelo atirador, o palestino Sirhan Bishara Sirhan, condenado por homicídio em primeiro grau e atualmente cumprindo pena de prisão perpétua.
Ao contrário dos arquivos de John F. Kennedy, os documentos sobre seu irmão e sobre Martin Luther King "não foram digitalizados e estavam acumulando poeira em instalações do governo federal há décadas", informa o comunicado.
A divulgação dos arquivos sobre a morte de Robert F. Kennedy lança “uma luz há muito esperada sobre a verdade”, declarou a diretora nacional dos serviços de informações, Tulsi Gabbard, segundo o comunicado. A liberação ocorre um mês após a publicação de arquivos não editados relacionados ao assassinato de JFK.
Esses documentos trouxeram mais detalhes para os interessados sobre operações secretas dos Estados Unidos em outros países durante a Guerra Fria, mas não reforçaram as teorias da conspiração sobre o assassinato de Kennedy, morto a tiros enquanto desfilava em um carro conversível em Dallas.
O atual presidente dos Estados Unidos defende, em nome da transparência, a divulgação de documentos relacionados a assassinatos e investigações de alto nível. Ele também expressa há anos uma profunda desconfiança em relação às agências de inteligência do governo, permitindo agora que o público tenha acesso às conclusões e operações de instituições como a CIA e o FBI.
Robert F. Kennedy Jr., filho do senador nova-iorquino e atual secretário de Saúde, elogiou Trump e Gabbard pela “coragem e esforço persistente” em divulgar os arquivos sobre seu pai.
"Levantar o véu sobre esses documentos é um passo necessário para restaurar a confiança no governo americano", afirmou Kennedy Jr. em comunicado. Ele acredita que Sirhan Sirhan não foi o responsável pelo assassinato de seu pai e deveria ser libertado, contrariando a posição de sua própria família.
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