• Quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Desordem em anéis de DNA revela pistas sobre câncer cerebral agressivo

Novo estudo identifica instabilidades genômicas associadas à progressão de tumores cerebrais, com implicações no diagnóstico e tratamento

Uma associação de cientistas estrangeiros publicou, nessa segunda-feira (8/9), na , um estudo que destaca um padrão genômico até então difícil de detectar em tumores cerebrais agressivos: fragmentos de DNA que escapam da estrutura normal dos cromossomos e passam a circular em formato de anéis, chamados Essas estruturas aumentam a instabilidade do genoma tumoral, estimulam a multiplicação das células cancerosas e estão associadas à resistência aos tratamentos. Segundo os pesquisadores, pode ajudar a explicar por que alguns tumores se tornam mais invasivos e de difícil controle. Leia também Uma ferramenta para enxergar o invisível Para chegar a essas conclusões, os cientistas desenvolveram o (Breakpoints Across the Genome via Data-Driven Assembly Coverage), um método que permite reconstruir com precisão os pontos de quebra e rearranjos no DNA tumoral. A tecnologia consegue identificar alterações mesmo em amostras de baixa qualidade — algo comum em biópsias —, o que amplia a possibilidade de análise em cenários clínicos reais. O BACDAC revelou, por exemplo, , como duplicações completas do genoma. Essas alterações estão diretamente ligadas à agressividade da doença e à maior chance de falha terapêutica. 11 imagens Os tumores cerebrais podem ser benignos ou malignos. Além disso,  dependendo do quanto cresçam, são capazes de destruir o tecido cerebral saudável e comprimir o restante do cérebroQuando maligno, o paciente passa a ser diagnosticado com câncer cerebral, que, por sua vez, costuma ser mais letal devido ao diagnóstico tardio. Geralmente, o paciente não desconfia dos sintomas iniciais e procura o médico quando a doença já progrediuSegundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa anual é de 11.090 casos de câncer no cérebro entre a população brasileira. A doença afeta, na mesma proporção, homens e mulheres De acordo com especialistas, tumores benignos e malignos causam sintomas semelhantes. Os malignos, entretanto, têm maior chance de se desenvolverem rapidamente, provocando maior frequência de dores, convulsões e alterações neurológicasEntre os principais sinais que o corpo dá quando há um tumor no cérebro está a dor de cabeça frequente. Pessoas com a enfermidade e que não costumam ter dores de cabeça podem começar a apresentar o problema de maneira recorrente. Quem já apresenta histórico deste tipo de queixa percebe piora na intensidade e aumento nas ocorrênciasFechar modal. 1 de 11 Tumor cerebral é o termo utilizado para descrever o crescimento acelerado de células que sofreram mutações no cérebro, ou nas meninges, e que passaram a se comportar de forma errada podendo, por exemplo, causar a formação de uma massa celular Getty Images 2 de 11 Os tumores cerebrais podem ser benignos ou malignos. Além disso, dependendo do quanto cresçam, são capazes de destruir o tecido cerebral saudável e comprimir o restante do cérebro Getty Images 3 de 11 Quando maligno, o paciente passa a ser diagnosticado com câncer cerebral, que, por sua vez, costuma ser mais letal devido ao diagnóstico tardio. Geralmente, o paciente não desconfia dos sintomas iniciais e procura o médico quando a doença já progrediu Getty Images 4 de 11 Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa anual é de 11.090 casos de câncer no cérebro entre a população brasileira. A doença afeta, na mesma proporção, homens e mulheres Getty Images 5 de 11 De acordo com especialistas, tumores benignos e malignos causam sintomas semelhantes. Os malignos, entretanto, têm maior chance de se desenvolverem rapidamente, provocando maior frequência de dores, convulsões e alterações neurológicas Getty Images 6 de 11 Entre os principais sinais que o corpo dá quando há um tumor no cérebro está a dor de cabeça frequente. Pessoas com a enfermidade e que não costumam ter dores de cabeça podem começar a apresentar o problema de maneira recorrente. Quem já apresenta histórico deste tipo de queixa percebe piora na intensidade e aumento nas ocorrências Getty Images 7 de 11 A presença de um tumor cerebral também causa alteração nos cinco sentidos – tato, olfato, paladar, visão e audição. Mudanças na fala ou na capacidade intelectual, como compreensão, raciocínio, escrita, cálculo e reconhecimento de pessoas são sintomas que precisam ser investigados Getty Images 8 de 11 Além disso, perda visual, manchas ou visão embaçada, crises epiléticas, convulsões ou perda de equilíbrio também podem ser causadas por tumores no cérebro ou em outras partes do sistema nervoso Getty Images 9 de 11 As causas de tumores no cérebro ainda não estão definidas. Por enquanto, a doença é considerada multifatorial, ou seja, causada por um somatório de várias alterações genéticas Getty Images 10 de 11 Algumas dessas alterações são adquiridas durante a vida, por predisposição ou por exposição. Outras são hereditárias e estão presentes em algumas síndromes familiares associadas a problemas no sistema nervoso central Getty Images 11 de 11 O tratamento da doença dependerá da localização e do avanço do tumor. Na maioria dos casos, no entanto, quimioterapias, radioterapias, terapia-alvo e procedimentos cirúrgicos são indicados Getty Images Implicações clínicas O estudo sugere que e estratégias personalizadas de tratamento. Ao identificar precocemente quais tumores carregam esse “motor genômico” de instabilidade, médicos poderiam prever quais pacientes correm maior risco de evolução rápida ou de resistência à terapia. Além disso, o rastreamento do ecDNA pode se tornar um novo biomarcador para guiar decisões clínicas e até inspirar terapias voltadas diretamente para a neutralização desses anéis de DNA. Linha do tempo das descobertas Essa não é a primeira vez que os anéis extracomossômicos são apontados como protagonistas em câncer cerebral. Em 2024, já havia destacado que esses elementos funcionam como “plataformas móveis” que carregam oncogenes — genes que estimulam o crescimento descontrolado das células —, acelerando a evolução tumoral. A nova pesquisa aprofunda esse entendimento ao mostrar, em detalhes, como o ecDNA contribui para a arquitetura desorganizada e instável dos genomas tumorais. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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