• Segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Criança com tumor cerebral tem sintomas confundidos com enxaqueca

Uma tomografia revelou que Carlos Eduardo, de 10 anos, tinha ependimoma em grau 3, um tumor cerebral agressivo

Sonolência, fadiga, e vômitos. Esses eram alguns dos sintomas apresentados por Carlos Eduardo Garcia, de 10 anos, em setembro do ano passado. O menino chegou a ser diagnosticado com enxaqueca e até anemia, mas exames feitos mais tarde revelaram um tumor cerebral agressivo. Quando ia para escola, o menino de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, dormia em sala de aula e reclamava de dores. Na volta para a casa, o cenário era o mesmo: muita fadiga e sonolência constante. Preocupada, a mãe de Cadu, Ana Paula Garcia, levou o filho várias vezes ao hospital, mas “Os médicos avaliavam e diziam que era enxaqueca. Nunca me pediram nenhum exame e sempre me encaminhavam para um oftalmologista”, conta a professora de educação infantil. Leia também Os incômodos seguiram até fevereiro deste ano, com a família à procura de respostas. Entre idas e vindas a outras unidades de saúde, médicos chegaram a suspeitar de anemia, mas exames de sangue descartaram a possibilidade. A crise mais grave de Cadu ocorreu no início de março. O menino teve paralisia no braço e em parte do rosto, além de perda de memória momentânea, chegando a esquecer o nome da própria mãe. No hospital, médicos voltaram a afirmar que o quadro se tratava de enxaqueca. Determinada a ter uma resposta definitiva, Ana Paula insistiu que uma tomografia computadorizada fosse feita. O exame revelou um ependimoma grau 3, formado através das células ependimárias no cérebro ou na medula espinhal. Entenda o tumor cerebral O ependimoma é um câncer que ocorre no sistema nervoso central, com vários subtipos, podendo ter a progressão mais lenta ou rápida. Por estar em grau 3, o tumor encontrado em Cadu tem comportamento agressivo, além de ter maior tendência a voltar após o tratamento, explica o médico oncologista pediátrico Lauro Gregianin. Para casos como esse, o tratamento mais indicado é a cirurgia. “O ideal é ressecar todo o tumor para reduzir o risco de sequelas. Está possibilidade vai depender de alguns fatores, como a localização exata do tumor e o tamanho dele”, diz o médico do Instituto do Câncer Infantil, em Porto Alegre. “Dados de literatura mostram que 10 anos após o diagnóstico, cerca de 30% das crianças que ressecaram parcialmente o tumor estão vivas. Entre as que tiveram todo o tumor ressecado, esse índice aumenta para 60%”, exemplifica o oncologista. 2 imagens Após ser liberado da internação, Cadu conheceu o "Leão da coragem"Fechar modal. 1 de 2 Cadu e Ana Paula no hospital Acervo pessoal 2 de 2 Após ser liberado da internação, Cadu conheceu o "Leão da coragem" Acervo pessoal Tratamento de Cadu Logo após o diagnóstico, o menino passou por cirurgia para a retirada parcial do tumor, que estava próximo a um nervo central. Ele recebeu alta depois de uma semana, e se recuperava bem em casa, mas acabou estourando um ponto interno enquanto brincava, causando um vazamento de líquido na cabeça. De volta ao hospital, o menino ficou mais um mês internado, realizando punções através da coluna a cada três dias para drenar o líquido acumulado na testa. Nesse período, Cadu teve crises alérgicas e dermatológicas relacionadas ao estresse do tratamento. Com a alta definitiva em 9 de junho, o menino passou a realizar sessões diárias de radioterapia. O tratamento foi finalizado no início de agosto. Devido ao tumor agressivo e os tratamentos, Cadu acabou perdendo parcialmente a visão no olho esquerdo. Ana Paula acompanha atenta a evolução de Cadu. Em outubro, ele passará por uma nova ressonância magnética. A professora exalta a importância de os pais insistirem em um diagnóstico preciso para seus filhos. “Hoje eu vejo a importância de investigar a fundo. Uma questão mínima pode acabar sendo um câncer”, afirma a mãe. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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