Copom discutiu sobre consignado CLT, mas efeito do programa é incerto
Na ata, o Copom também informou que as mudanças no consignado CLT serão incorporadas ao debate da política monetária do país
O Comitê de Política Monetária () do analisou o impacto da liberação do para trabalhadores formais e chegou à conclusão de que “ainda há muita incerteza sobre qual será o efeito total do programa”.
A informação consta na ata referente à última reunião do Copom, realizada entre 6 e 7 de maio, quando ficou decidido . Dessa forma, a taxa voltou ao patamar de quando ficou vigente entre julho e agosto de 2006, fim do primeiro mandato do presidente .
“Ainda há muita incerteza sobre qual será o efeito total do programa, que ainda se encontra em período inicial, então o comitê acompanhará os dados atentamente para refinar os impactos estimados sobre o mercado de crédito e sobre a atividade”, avaliou.
No texto, o Copom reforçou que a “medida não deve ser interpretada como medida cíclica e representa, possivelmente, uma alteração estrutural no mercado”.
O BC acrescentou que, no âmbito da política monetária, as mudanças no consignado privado serão devidamente incorporadas “para a determinação apropriada da restrição monetária necessária para a convergência da inflação à meta”.
Em 27 de março, o presidente do BC, , tinha dito que os impactos da liberação do crédito consignado privado para celetistas ainda não foram considerados no .
Embora não tenha sido avaliado nas estatísticas do Banco Central, para, assim, entender o tamanho do impacto.
À época, Galípolo alertou que: “Há muita dúvida sobre o quanto disso [consignado CLT] representa um fluxo novo de crédito, quanto representa uma substituição de dívida velha por dívida nova, e também como é que isso vai se desdobrar no tempo”.
Mercado de crédito
Segundo o comitê, o mercado de crédito “se manteve pujante nos últimos trimestres em função do dinamismo do mercado de trabalho e da atividade econômica, contribuindo para o dinamismo da atividade”.
“Recentemente, condizente com o cenário atual de aperto de condições financeiras e elevação de prêmio de risco, o crédito bancário tem apresentado inflexão, com elevação de taxa de juros, menor apetite ao risco na oferta de crédito e redução no ritmo das concessões de crédito”, pontuou o Copom.
Consignado CLT
A nova linha de para trabalhadores sob o regime de Consolidação das Leis do Trabalho () está disponível desde 21 de março. O objetivo do governo federal era garantir aos .
Entenda
Têm direito ao consignado CLT trabalhadores com carteira assinada, inclusive rurais e domésticos, além dos microempreendedores individuais, os chamados “MEIs”. A expectativa é que 47 milhões sejam beneficiados.
Ao requerer um empréstimo, o trabalhador terá que autorizar o acesso a dados pessoais (nome, CPF, margem do salário disponível para consignação e tempo de empresa), seguindo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
As parcelas serão descontadas mês a mês na folha do trabalhador, o que reduz a chance de inadimplência. O desconto ocorre por meio do eSocial, limitando-se à margem de 35% do salário.
O trabalhador pode usar como garantia até 10% do saldo no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 100% da multa rescisória em caso de demissão.
Desde 25 de abril, é possível fazer contratações diretamente pelos canais eletrônicos dos bancos.
Com um pouco mais de um mês de funcionamento, o programa Crédito do Trabalhador movimentou R$ 10,1 bilhões em empréstimos para quase 1,8 milhão de profissionais com carteira assinada.
A Federação Brasileira de Bancos () — um total de mais de R$ 120 bilhões em empréstimos contratados.
Por: Metrópoles