• Sábado, 13 de dezembro de 2025

Conheça a raça de porco mais pesada do mundo, a gigante da suinocultura

Criado nos Estados Unidos no século XIX, o Poland China é resultado de cruzamentos entre linhagens chinesas e europeias, e detém o recorde do maior peso já registrado em um suíno.

Originário da Hungria, o Mangalitsa impressiona pelo peso final que pode superar 500 kg em machos adultos e por produzir carcaças ricas em gordura de alta qualidade, muito valorizadas na charcutaria fina. O mundo dos suínos é repleto de raças com características específicas para atender às demandas da produção de carne, banha e outros produtos. Entre todas elas, uma linhagem antiga e rústica chama a atenção por um aspecto em particular: o peso corporal final. Trata-se do Mangalitsa húngaro, reconhecido internacionalmente como a raça suína mais pesada do mundo. Embora não seja a mais eficiente em termos de velocidade de crescimento ou rendimento de carne magra, o Mangalitsa impressiona por atingir pesos corporais superiores a 500 kg em machos adultos, além de gerar carcaças de até 180 kg, com altíssimo teor de gordura marmorizada.
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    Desenvolvido na Hungria no século XIX por meio do cruzamento de porcos domésticos locais com javalis, o Mangalitsa — também chamado de “porco peludo húngaro” devido à sua densa pelagem encaracolada — foi originalmente selecionado não para a produção de carne magra, como as linhagens modernas, mas sim para gerar gordura de altíssima qualidade. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Essa gordura, rica em sabor e textura, é o grande diferencial da raça e continua sendo valorizada especialmente na Europa, onde é usada na produção de embutidos finos, banha artesanal e presuntos curados de alto padrão.
    Foto: Divulgação
    Embora o Mangalitsa possa ultrapassar 300 kg com facilidade e até 500 kg em machos mantidos até a idade adulta plena (acima de 3 anos), seu crescimento é notoriamente lento. Um animal dessa raça pode levar mais de 12 meses para atingir 100 a 120 kg, patamar que raças comerciais alcançam em apenas 5 a 6 meses. Como consequência, seu ganho diário de peso é inferior a 300 g, menos da metade do que se observa em raças como Pietrain ou Large White. Apesar disso, seu rendimento de carcaça gira entre 70% e 75%, resultado da alta deposição de gordura subcutânea e visceral. Animais abatidos aos 14 a 18 meses de idade, com peso vivo entre 160 e 250 kg, geram carcaças de 120 a 180 kg. E não se trata de gordura qualquer: análises químicas mostram que a gordura do Mangalitsa é rica em ácidos graxos monoinsaturados, o que garante uma textura mais cremosa e um sabor inconfundível, ideal para produtos curados e maturados.
    Porco Mangalitsa Foto: Divulgação
    Se por um lado o Mangalitsa impressiona pelo peso, por outro ele é superado por outras raças em termos de eficiência produtiva. O Pietrain, por exemplo, apresenta ganho diário superior a 1.100 g, rendimento de carne magra acima de 68% e conversão alimentar excelente. Já o Landrace e o Large White, pilares da suinocultura moderna, aliam rusticidade e crescimento rápido, alcançando 115 kg em cerca de 150 dias com ganhos médios superiores a 1.000 g/dia. Ainda assim, nenhuma dessas raças se aproxima do peso final possível do Mangalitsa, que permanece como um símbolo da suinocultura tradicional europeia, onde o foco está na qualidade sensorial do produto final e não apenas em indicadores zootécnicos. Nos últimos anos, a carne de Mangalitsa ganhou status de produto gourmet, sendo comparada ao wagyu entre os bovinos. Restaurantes de alta gastronomia na Europa, Japão e Estados Unidos valorizam seus cortes pela textura, suculência e complexidade de sabores proporcionada pela gordura intramuscular.
    Costeletas de porco Mangalitsa Foto: Divulgação
    A produção, entretanto, é limitada e exige manejo especializado. Por isso, o Mangalitsa é criado em pequena escala, geralmente em sistemas de criação extensiva ou semiextensiva, com foco no mercado de nicho. Sua carne e derivados podem alcançar valores até cinco vezes superiores aos de raças convencionais, tanto no varejo quanto no atacado. Apesar de estar longe dos padrões de produtividade da suinocultura moderna, o Mangalitsa húngaro ocupa um espaço único entre as raças suínas: é a mais pesada, uma das mais antigas em preservação ativa e um verdadeiro patrimônio gastronômico. Seu exemplo mostra que, na pecuária, peso e qualidade sensorial também podem andar juntos — desde que o objetivo seja atender aos paladares mais exigentes e aos mercados mais seletivos do mundo.
    Por: Redação

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