A Unafisco Nacional (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal) disse nesta 5ª feira (6.nov.2025) que a aprovação do projeto que isenta brasileiros com salários de até R$ 5.000 do Imposto de Renda é um avanço importante. Disse, porém, que a classe média que recebe mais de R$ 7.350 segue penalizada.
A Unafisco disse que a tabela do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) não foi integralmente corrigida. Portanto, as pessoas que não foram beneficiadas com as renúncias fiscais seguirão sendo tributadas com base “numa tabela congelada há quase 30 anos”. Eis a íntegra do comunicado (PDF – 34 kB).
“[A falta de correção] Mantém um nível elevado de injustiça para quem ocupa cargos técnicos, gerenciais ou tem remuneração pouco acima da média”, disse o presidente da Unafisco Nacional, Mauro Silva.
Segundo o presidente da entidade, a correção completa da tabela do IR resultaria em redução mais ampla da carga tributária sobre assalariados. Silva disse que continuará atuando para que haja a atualização não fique “pela metade” e que as próximas etapas da reforma tributária levem em conta a progressividade, o combate às desigualdades e a valorização do trabalho.
“Não é porque houve um avanço que o Congresso corrigiu a injustiça. A política não funciona assim. Essa vitória só veio porque houve articulação, dados e pressão da sociedade civil organizada, e a Unafisco cumpriu esse papel”, disse o presidente da Unafisco.
O projeto aprovado pelo Congresso permite isenção para os brasileiros que têm renda de até R$ 5.000 por mês. Quem recebe de R$ 5.000,01 a R$ 7.350 terá desconto no pagamento do Imposto de Renda.
A Unafisco Nacional afirmou que o texto vai beneficiar 15,5 milhões de pessoas em 2026. A medida vale a partir do próximo ano.
Para a associação, as mudanças na tabela do IR vão impactar diretamente o orçamento das famílias e estimular a economia. A entidade afirmou que é uma “demanda social antiga”.
A Unafisco Nacional declarou que foi uma das primeiras a cobrar o cumprimento da promessa de campanha feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Filho bonito tem muito pai, mas é bom lembrar quem começou a cobrar. A Unafisco esteve na linha de frente desde o início, insistindo que o governo precisava cumprir sua promessa. Fizemos pressão legítima e mostramos, com números, o que precisava ser feito”, disse Silva.





