Cirurgia robótica inédita de joelho e quadril é feita no Centro-Oeste
Nova tecnologia melhora alinhamento da prótese e acelera a recuperação. Primeiros pacientes foram operados em julho, em Brasília
Médicos realizaram em Brasília a primeira cirurgia de prótese de joelho e quadril com assistência robótica do Centro-Oeste. A tecnologia utiliza um robô para guiar os movimentos do cirurgião com mais precisão para reduzir riscos de complicações, melhorar o encaixe da prótese e.
O primeiro procedimento, uma cirurgia de joelho, foi realizado em 10 de julho. Já a cirurgia de quadril ocorreu quatro dias depois, em 14 de julho. Até então, pacientes que precisassem passar pelo procedimento só tinham a opção viajando para outros estados.
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A principal diferença em relação ao método tradicional está na combinação de um planejamento digital detalhado com a execução assistida . Antes da cirurgia, o médico faz um mapeamento em 3D da região a ser operada, com base em exames de imagem.
Com essas informações, é possível simular diferentes estratégias cirúrgicas e escolher aquela que oferece o melhor resultado. Durante o procedimento, o braço robótico guia o cirurgião com alta precisão e impede desvios em relação ao plano traçado.
“O robô aumenta a segurança, mas não substitui o cirurgião. Ele é uma ferramenta que amplia nossa capacidade, oferece controle e previsibilidade”, explica o ortopedista Paulo Henrique, responsável pela primeira cirurgia de joelho com a nova tecnologia no Distrito Federal.
Menos dor e melhor recuperação
Uma das maiores vantagens do método está na experiência pós-operatória do paciente. Como os cortes são mais precisos e os tecidos são menos agredidos, os dias seguintes ao procedimento tendem a ser menos doloroso e a recuperação, mais rápida.
“O retorno às atividades do dia a dia e às atividades físicas costuma ser mais seguro e precoce”, afirma o médico Anderson Freitas, que fez a primeira cirurgia de quadril com o robô no DF.
No caso da prótese de quadril, o sistema ajuda a evitar complicações como o deslocamento da estrutura e diferenças no comprimento das pernas, problemas que podem causar dores e prejudicar a marcha. “A tecnologia permite um ajuste milimétrico, essencial para o bom resultado da cirurgia”, reforça o ortopedista.
Segundo Paulo Henrique, o sistema também contribui para preservar nervos e vasos, já que impede que o corte ultrapasse os limites definidos. “Se o cirurgião sai do traçado, o robô trava automaticamente”, afirma.
Indicações e expectativas para o futuro
A cirurgia robótica pode ser indicada para qualquer paciente que precise de uma ou quadril, mas é especialmente vantajosa em casos mais complexos ou que exijam alto grau de precisão. “Pacientes com deformidades ou diferença no comprimento das pernas se beneficiam ainda mais da tecnologia”, diz Freitas.
Por enquanto, o equipamento está disponível apenas na rede particular. A expectativa dos especialistas é que, com o tempo, a tecnologia se torne mais acessível e possa chegar à rede pública. “Na França, o sistema já é usado em hospitais públicos. Acreditamos que isso possa acontecer também no Brasil com apoio do governo e capacitação das equipes”, afirma Paulo Henrique.
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Por: Metrópoles