O tenente-coronel Mauro Cid afirmou, em áudios enviados ao advogado, que foi o único prejudicado nas investigações sobre tentativa de plano de golpe. Segundo ele, os outros investigados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teriam se beneficiado da situação.
Os áudios foram divulgados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 2ª feira (16.jun.2025). Ação foi tomada depois de a revista Veja publicar uma reportagem em que afirma que o perfil no Instagram @gabrielar702, atribuído a Cid, teria trocado mensagens com o advogado Eduardo Kuntz, que representa o coronel Marcelo Câmara. Os diálogos teriam se dado de janeiro a março de 2024 –5 meses depois da delação.
“O Braga Netto, 4 estrelas, chegou ao topo… reserva. General Heleno, chegou ao topo… reserva. Presidente, ganhou milhões aí em Pix, chegou ao topo. Tudo bem, todo mundo no mesmo barco. E quem que se fodeu? Quem perdeu tudo? Fui eu”, afirmou o militar.
Nas mensagens, Cid lamenta que sua família inteira foi investigada durante as apurações da Polícia Federal. “Quem se ferrou, quem perdeu a carreira, quem teve o pai, a esposa, a família toda investigada. Até a sogra falecida há 10 ou 15 anos foi investigada. Meu irmão nos EUA, minha irmã, todo mundo foi investigado. Quem teve isso? Quem teve a carreira destruída?”, questionou.
A defesa de Cid, que é delator na ação penal sobre o plano de golpe, contesta a autenticidade das mensagens publicadas pela revista. Em depoimento ao STF na semana passada, quando questionado pelo advogado Celso Vilardi, que defende Bolsonaro, Cid negou ter usado redes sociais durante o período de restrições. “Todos os meus celulares foram apreendidos”.
