A medida de maio deste ano que isentou brasileiros de vistos para permanecerem na China por até 30 dias faz parte da estratégia do governo chinês para retomar os números de turistas internacionais anteriores a 2019 –ano anterior à pandemia de covid-19.
Na busca por recuperar o número de visitantes estrangeiros ao país, o governo chinês iniciou uma flexibilização em sua política de isenções de vistos. Antes de 2023, turistas de 6 países poderiam permanecer no país por 30 dias sem visto. Hoje, são 43.
A China ainda não conseguiu recuperar o número de visitantes estrangeiros registrado em 2019. Segundo dados do Ministério do Turismo, o país asiático recebeu 31,9 milhões de turistas estrangeiros no último ano antes das restrições de viagens.
Os números despencaram com a pandemia e atingiram uma baixa histórica de 1,5 milhão em 2022. Essa queda representa uma perda de aproximadamente US$ 200 bilhões no período de 2020 a 2022.
Já em 2024, o país se aproximou dos índices pré-pandemia, com um total de 26,9 milhões de visitantes estrangeiros.
A principal estratégia chinesa para incentivar a vinda de turistas internacionais foi a isenção de vistos.
De novembro de 2023 até maio de 2025, a China ampliou sua política unilateral de isenções de vistos para viagens de 30 dias de 6 para 43 países.
A última leva foi a de países sul-americanos, que além do Brasil incluiu Argentina, Chile, Peru e Uruguai.
Os países da América do Sul nunca estiveram entre as principais fontes de turistas estrangeiros para a China, mas agora o país asiático mira essa região para recuperar os números pré-pandêmicos do setor do turismo.
Em 2019, cerca de 150 mil brasileiros visitaram a China. Esse número coloca o Brasil atrás de países como Argentina e México entre as maiores fontes de receitas de turismo para a China na América Latina.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a agência de viagens CVC informou que, desde a isenção para viagens de até 30 dias, a procura por pacotes de viagens para a China aumentou 430% no período de 16 de maio a 27 de junho. A comparação é com o mesmo período do ano passado.
O Ministério do Turismo da China reconheceu os benefícios da isenção de vistos. Em abril deste ano, a CTA (sigla para Academia de Turismo da China) informou que os mercados que apresentaram uma recuperação mais rápida em relação ao ano de 2019 foram os beneficiados com isenções de vistos. Eis a íntegra do comunicado (PDF – 433 kB, em inglês).
A avaliação da CTA se refere a países asiáticos próximos à China, como Cingapura, Malásia e Tailândia. O governo chinês ainda acompanha os fluxos de turistas de países mais distantes como o Brasil. A isenção de vistos aos brasileiros tem validade até maio de 2026.
