• Quarta-feira, 16 de julho de 2025

CEO da Air India diz que queda do 787 levanta novas dúvidas

Campbell Wilson afirma que investigação sobre acidente com 260 mortos ainda está longe de terminar após relatório preliminar.

O CEO da Air India, Campbell Wilson, afirmou nesta 2ª feira (14.jul.2025) que o relatório preliminar do acidente com o Boeing 787 Dreamliner que matou 260 em 12 de junho levanta questões adicionais sobre o caso e que as investigações estão longe de terminar.

“O relatório desencadeou uma nova rodada de especulações na mídia. […] Não surpreendentemente, proporcionou maior clareza e abriu questões adicionais”, disse o CEO em comunicado interno obtido pela Reuters.

Wilson pediu que se evite conclusões precipitadas, pois “o documento não identificou a causa e nem fez recomendações”.

O relatório preliminar, divulgado no sábado (12.jul) pelos investigadores indianos, identificou que os interruptores de combustível da aeronave foram movidos para a posição de corte 3 segundos depois da decolagem.

Gravações da cabine também registraram um diálogo entre os pilotos sobre o corte de combustível. Um deles perguntou ao outro por que havia cortado. “O outro piloto respondeu que não o fez”, consta no registro.

Os 2 pilotos somavam aproximadamente 19.000 horas de voo, das quais mais de 9.000 foram realizadas especificamente no modelo 787 da Boeing. As caixas-pretas foram recuperadas nos dias seguintes, fornecendo dados cruciais como altitude, velocidade e conversas dos pilotos.

O relatório não identifica qual dos pilotos fez quais comentários na cabine, nem qual deles transmitiu o sinal de emergência momentos antes da queda. Além disso, não esclarece como os interruptores poderiam ter sido movidos para a posição de corte.

“Os pilotos haviam passado no teste obrigatório de bafômetro antes do voo e não havia observações relacionadas ao estado médico deles”, destacou o CEO no memorando.

Além disso, o relatório não encontrou falhas mecânicas ou de manutenção na aeronave. Todos os procedimentos necessários haviam sido realizados antes do voo. O documento também não sugeriu ações imediatas para a Boeing ou para a GE, fabricante dos motores.

Seguindo normas internacionais, o relatório preliminar foi apresentado dentro do prazo de 30 dias depois do acidente. O relatório final deverá ser divulgado em até 1 ano.

A Air India tem enfrentado diversas investigações desde o acidente. A Easa (Agência Europeia para a Segurança da Aviação) anunciou planos para investigar sua subsidiária de baixo custo, a Air India Express, depois de a Reuters mostrar que a empresa não cumpriu uma diretiva para substituir peças de motor de um Airbus A320 no prazo determinado e falsificou registros.

O órgão regulador da aviação indiana também advertiu a companhia sobre “violações graves” relacionadas aos horários de serviço dos pilotos.

Por: Poder360

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