Caso Faustão: como funciona a fila do transplante de fígado no Brasil
Faustão passou por transplantes de fígado e rim em intervalo de dois dias. Entenda como é definida a ordem da fila por um fígado no Brasil
O apresentador Fausto Silva, de 75 anos, passou por dois transplantes nesta semana, segundo boletim médico divulgado na noite dessa quinta-feira (7/8).
Internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde 21 de maio, e, no dia seguinte, recebeu um novo rim. O procedimento renal já era planejado há cerca de um ano.
O estado de saúde de Faustão é considerado delicado. Durante a internação, ele enfrentou um quadro de sepse, uma infecção generalizada, e voltou a depender de hemodiálise. Este é o segundo transplante de rim feito pelo apresentador, que também .
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Como é definida a ordem na fila de transplantes?
Atualmente, mais de 46 mil pessoas aguardam por algum tipo de transplante no Brasil, de acordo com dados atualizados diariamente pelo Ministério da Saúde. Entre elas, 2.387 pacientes estão na fila por um fígado.
A fila para transplantes é única e nacional, coordenada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e inclui tanto pacientes da rede pública quanto da rede privada. Isso significa que não é possível “furar a fila”, independentemente da condição social ou financeira do paciente. A distribuição dos órgãos é feita com base em critérios técnicos e médicos, definidos por protocolo.
No caso do fígado, o critério de prioridade é calculado principalmente pela gravidade da condição clínica do paciente. Entre os fatores considerados estão:
Tipo sanguíneo;
Compatibilidade de peso e altura;
Tempo de espera;
Presença de doenças graves associadas, como insuficiência hepática aguda ou rejeição de um órgão transplantado anteriormente.
Se dois pacientes apresentam critérios técnicos parecidos, a data de entrada na lista é usada como fator de desempate. Já os casos considerados críticos, com risco iminente de morte, são atendidos com prioridade.
Quando o transplante de fígado é indicado
Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o transplante de fígado passa a ser indicado quando a função hepática está gravemente comprometida. Entre as causas mais comuns estão a cirrose avançada, e a falência hepática aguda.
“O transplante é considerado quando condições médicas comprometem gravemente a funcionalidade hepática, ameaçando a saúde e a qualidade de vida do paciente”, afirma a entidade.
O procedimento é complexo e pode durar de quatro a oito horas. Na cirurgia, o fígado doente é retirado e substituído por um órgão saudável, proveniente de um doador falecido ou, em alguns casos, de um doador vivo compatível.
O fígado é um dos poucos órgãos capazes de se regenerar, por isso é possível doar parte dele e ainda assim preservar a função hepática do doador.
“Muitas vezes as inflamações do fígado são silenciosas e só são descobertas em estágios mais graves. Mesmo assim, são raros os casos em que é necessário o transplante de fígado”, explica o especialista, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia (GO).
Riscos e cuidados após o transplante
Como todo procedimento de grande porte, o transplante de fígado envolve riscos imediatos e de longo prazo. O Ministério da Saúde alerta para possíveis complicações, como infecções, rejeição do órgão e efeitos colaterais causados pelas medicações imunossupressoras, necessárias para evitar que o corpo ataque o novo fígado.
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Por: Metrópoles