• Sexta-feira, 14 de março de 2025

Câncer de intestino tratado com laxantes? Entenda sintomas do tumor

Caso de seguranca inglês que descobriu o câncer de intestino após meses sendo tratado com laxantes expõe riscos de ignorar a constipação

O segurança Kevin Coles, de 46 anos, Apenas em meados do ano passado, descobriu-se que o problema era um câncer de intestino em metástase e estado terminal. Os sintomas de Kevin começaram no início de 2024, com dores abdominais e reclamações de uma repentina mudança de seu trânsito intestinal. Ele foi repetidamente mandado de volta para casa com a recomendação de usar laxantes. Os médicos só se deram conta da gravidade da situação quando ele desenvolveu icterícia, o que indicou o mau funcionamento do fígado, que foi afetado pelo tumor intestinal. O caso expõe os perigos de ignorar sintomas de desconfortos intestinais persistentes e a necessidade de investigação médica aprofundada para Como identificar sinais de alerta? Presença de sangue na evacuação, seja de vermelho vivo ou escuro, misturado às fezes, com ou sem muco. Sintomas irritativos, como alteração do hábito intestinal e que provoca diarreia crônica e necessidade urgente de evacuar, com pouco volume fecal. Sintomas obstrutivos, como afilamento das fezes, sensação de esvaziamento incompleto, constipação persistente de início recente, cólicas abdominais frequentes associadas a inchaço abdominal. Sintomas inespecíficos, como fadiga, perda de peso e anemia crônica. Sintomas que não devem ser ignorados O tumor de Kevin foi considerado raro por não apresentar o sangue visível nas fezes, que é comum em pacientes em nível avançado da doença. Entretanto, não é incomum que os tumores colorretais se desenvolvam por anos sem apresentar sintomas ou que eles sejam leves, segundo os médicos. “Apesar de a doença muitas vezes ser silenciosa, o paciente deve observar se há alterações do hábito intestinal, tais como constipação, diarreia, afilamento das fezes, ausência da sensação de alívio após a evacuação (como se nem todo conteúdo fecal fosse eliminado), massas palpáveis no abdome, sangue nas fezes, dores abdominais, perda de peso sem motivo aparente, fraqueza e sensação de fadiga”, explica o oncologista Artur Ferreira, da Oncoclínicas São Paulo. Constipação e risco de câncer de intestino O câncer de intestino se desenvolve predominantemente a partir de mutações em lesões benignas que são formadas na porção final do intestino, Estes pólipos, formados especialmente por hábitos de alimentação pouco saudáveis, com o tempo, podem se tornar tumores. Por isso, mesmo que não sejam malignos, a recomendação é a retirada deles. Em teoria, pode-se observar um risco aumentado do câncer colorretal em pacientes com intestino preso (constipação), pois o atraso no trânsito do intestino pode aumentar o tempo de exposição da parede intestinal às substâncias que estimulam o surgimento do câncer presentes nas fezes (carcinógenos), gerando uma maior tendência a pólipos. Riscos do tratamento com laxantes Por isso, mesmo constipações simples, quando muito frequentes, devem ser investigadas a fundo e não é indicado fazer uso indiscriminado de laxantes. “Ao se abusar de suplementos e medicamentos laxantes, o intestino pode passar a funcionar apenas quando é estimulado, tornando o processo digestivo cada vez mais dependente destas alternativas”, explicou o proctologista Dirceu de Castro, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, em entrevista anterior ao Metrópoles. A constipação intestinal afeta cerca de 16% dos adultos globalmente, sendo mais comum em idosos e mulheres. Além disso, a constipação altera a flora bacteriana local, e pesquisas recentes sugerem que infecções intestinais por bactérias específicas podem aumentar o risco de tumores colorretais. O caso de Kevin Coles serve como alerta para a importância de investigar sintomas persistentes e evitar autotratamentos. A detecção precoce do câncer colorretal pode salvar vidas, e a busca por orientação médica é fundamental diante de qualquer sinal de alerta. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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