- Presença de rampa para cadeirante aumenta quatro vezes em 12 anos
- Dois terços dos brasileiros moram em ruas arborizadas
- Pretos e pardos têm menos acesso à infraestrutura urbana que brancos

Pavimentação
O estudo apontou que 154,1 milhões de pessoas moravam em vias pavimentadas, o que correspondia a 88,5% do total de brasileiros. Isso significa que ao menos oito em cada dez pessoas no Brasil moram em endereços com vias pavimentadas. Ao buscar dados sobre pavimentação, o IBGE considerou diversos tipos como asfalto, cimento, paralelepípedos e calçamento poliédrico, também conhecido como pé de moleque. Em vias sobre palafitas, foram considerados também vias revestidas com tábuas de madeira. As vias foram identificadas como pavimentadas quando o calçamento abrangia mais da metade da extensão. No Censo de 2010, não havia essa necessidade mínima para considerar a via pavimentada e, por isso, o IBGE não apresentou comparação entre os dois censos. O IBGE contextualiza que a pavimentação é fundamental para o desenvolvimento urbano e a qualidade de vida dos cidadãos, representando, por exemplo, mais segurança e mobilidade no trânsito, facilidade de transporte de mercadorias e redução de poeira, lama e barulho. Unidades da Federalção (UF) com mais de 90% de moradores em vias pavimentadas:- São Paulo: 96%
- Minas Gerais: 95,3%
- Distrito Federal: 94,2%
- Goiás: 94%
- Paraná: 91,8%
- Espírito Santo: 91,3%
- Pará: 69,3%
- Rondônia: 70,4%
- Amapá: 71,9%
- Pernambuco: 76,3%
- Maranhão: 77,5%
- Mato Grosso do Sul: 78,8%
- Paraíba: 79,2%
- Salvador (BA): 63,4%
- Recife (PE): 70,4%
- Macapá (AP): 76,9%
- Belém (PA): 80,4%
- Rio de Janeiro (RJ): 81,7%
- Maceió (AL): 83,9%
Iluminação pública e ônibus
Ao visitar os milhões de endereços pelo país, os agentes censitários identificaram que 97,5% dos moradores viviam em locais com estrutura de iluminação pública. Em 2010, o patamar era de 95,2%. Em 2022, o Amapá (88,5%) era o único estado em que essa marca fica abaixo de 90%. A pesquisa verificou apenas a presença de postes de luz, sem se ater se estavam funcionando durante as noites. Os pesquisadores também buscaram se saber ônibus e vans passavam nos domicílios dos brasileiros. O resultado é que 8,8% dos habitantes viviam em ruas com ponto de parada desses meios de transporte – independentemente da frequência de circulação. O analista do IBGE Maikon Roberth de Novaes considera que a presença do transporte público “traz a possibilidade mais democrática de acesso e realização de atividades sociais, culturais, políticas e econômicas”. Ele classifica o percentual identificado pela pesquisa como “muito baixo”. O número representa 15,3 milhões de pessoas. No entanto, Novaes avalia que não é necessário que todas as ruas tenham ponto de ônibus. “É recomendado que o domicílio esteja a 300 metros e 500 metros de um ponto de ônibus. Então não é um resultado tão ruim assim, apesar do índice baixo”, pondera. O levantamento mostra que, conforme aumenta o porte das localidades, maior o percentual de moradores em vias com ponto de transporte coletivo. Nas metrópoles, o índice é de 12,3%; nas capitais, 10,7%; e nos centros locais, 2,3%.
Metodologia
Cerca de 30 mil agentes censitários do IBGE coletaram características dos trechos das vias onde moram as pessoas, delimitação que o instituto chama de face de quadra. De forma simplificada, cada face pode ser entendida como um pedaço da quadra onde fica o domicílio, por exemplo, de uma esquina a outra. Os agentes censitários verificaram informações de 11,4 milhões de faces de quadra, que abrangem 63,1 milhões de domicílios - 69,56% do total do país. Ao todo, esse universo representa 174,2 milhões de moradores - 85,75% da população brasileira (202,1 milhões de pessoas). Esses setores censitários que tiveram os dados recolhidos possuem características urbanas, incluindo áreas de povos indígenas e favelas. Regiões com predominância agropecuária foram excluídas. Relacionadas
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