• Quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Caetano, Anitta, Daniela Mercury: artistas reagem à PEC da blindagem

Cantor e compositor baiano fala em "PEC da bandidagem" e diz que "tem que ir para a rua"; posts fazem apelo a senadores.

Caetano Veloso, Anitta, Daniela Mercury, Sandra de Sá, Fernanda Abreu, Marcos Palmeira, Matheus Nachtergaele, Sophie Charlotte, Ana Carolina, Tony Bellotto, entre outros artistas, deram início na 4ª feira (17.set.2025) a uma campanha contra a PEC da blindagem, aprovada no dia anterior pela Câmara dos Deputados.

Cantor e compositor baiano, Caetano gravou um vídeo em que chamou a proposta de “PEC da bandidagem” e defendeu que os brasileiros saiam às ruas e façam protestos na frente do Congresso. Cantora carioca de funk, Anitta chamou a aprovação da PEC de “desserviço” da política. Junto com congressistas do Psol, alguns artistas, como a cantora carioca Sandra de Sá, também estão convocando manifestações para domingo (21.set) em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Assista ao vídeo de Caetano (56s):

O material publicado pelos artistas nas redes é do coletivo 342 Artes, fundado em 2017 sob a liderança da produtora Paula Lavigne, mulher de Caetano. Eis alguns deles, que têm como alvo tanto a PEC da blindagem quanto a anistia, cuja urgência foi aprovada pela Câmara na noite de 4ª feira (17.set):

Em uma postagem no Instagram, a cantora carioca Fernanda Abreu afirmou que a PEC da blindagem é o “paraíso para PCC e Comando Vermelho”. Segundo ela, como a proposta determina que congressistas só poderão ser investigados com a aprovação dos próprios congressistas, as facções criminosas vão investir para eleger deputados e senadores.

A cantora baiana Daniela Mercury fez um apelo ao Senado, que agora terá de analisar a PEC da blindagem antes que ela entre em vigor. “Senadores contamos com vocês para impedir esse absurdo autoritário”, escreveu no X.

A Câmara dos Deputados aprovou na 3ª feira (16.set) a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 3 de 2021, conhecida como PEC da blindagem. Foram 353 votos a favor e 134 contra no 1º turno. No 2º turno, passou com 344 favoráveis e 133 contrários. Ela agora vai ser analisada pelo Senado.

A proposta torna quase nulos os caminhos para punir judicialmente um congressista. Determina que, para um congressista ser preso ou processado, as respectivas Casas precisarão autorizar por maioria absoluta. Para isso, terão 90 dias depois da determinação da Justiça.

Na Câmara, a maioria absoluta corresponde a 257 votos favoráveis do total de 513 congressistas que compõem a Casa. No Senado, seriam necessários ao menos 41 votos dos 81 senadores para autorizar medidas judiciais contra seus integrantes.

Já o projeto da anistia tenta perdoar crimes dos envolvidos na invasão dos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado.

Na noite de 4ª feira (17.set), os deputados aprovaram a urgência da anistia. Isso quer dizer que o projeto não vai precisar passar por comissões. Na prática, a aprovação da urgência pode acelerar a tramitação do perdão na Câmara.

Por: Poder360

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