• Quinta-feira, 31 de julho de 2025

Brics não é problema, é solução para o Brasil, afirma Tebet

Ministra defende pragmatismo nas relações comerciais e ressalta importância da integração sul-americana.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, defendeu nesta 4ª feira (30.jul.2025) a importância do Brics para o Brasil no atual cenário geopolítico mundial. “O Brics não é problema nessa equação; o Brics, hoje, para o Brasil, é solução”, disse a ministra. A afirmação foi feita durante o evento “Logística no Brasil”, na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) em São Paulo, promovido pelo Valor com apoio da Infra S.A e do Ministério dos Transportes.

Ao apresentar dados sobre a dependência comercial com países asiáticos, a ministra defendeu a ampliação das relações estratégicas para além dos Estados Unidos. “A nossa dependência do agro com países asiáticos é de quase 50% e 10% com os EUA”, afirmou, explicando por que a integração sul-americana é fundamental para o Brasil, considerando que o acesso mais eficiente à Ásia se dá pelo Pacífico.

Tebet destacou que o Brasil precisa analisar pragmaticamente as novas políticas tarifárias que serão implementadas pelos Estados Unidos para identificar quais produtos brasileiros poderão ter redução de tarifas, como café e frutas. A partir da análise, o governo brasileiro poderá desenvolver estratégias específicas para diferentes setores.

Segundo a ministra, é necessário distinguir “o que é espuma e o que é chope” nas políticas comerciais norte-americanas. “Também é necessário compreender o que os EUA querem do Brasil e o que eles farão para não inflacionar seus produtos”, acrescentou, sugerindo que os americanos poderiam reduzir tarifas para produtos “daquilo que interessa aos EUA, porque eles são pragmáticos”.

Ela ressaltou que eventuais medidas de contingência do governo brasileiro manterão a “responsabilidade fiscal“, sendo majoritariamente implementadas “fora do fiscal“.

Sobre Trump, a ministra agradeceu o fato de ele não ter sido reeleito ao final do 1º mandato, quando perdeu a : “A nossa sorte é que Trump não foi reeleito e, nesse ‘gap’, muitos países se reposicionaram”. Ela destacou que “O Brasil fez o dever de casa com as rotas de integração sul-americana”.

Ao analisar o recente acordo entre EUA e União Europeia, Tebet o classificou como “fraco” e questionou a capacidade da UE de cumprir os investimentos prometidos aos americanos “à custa de certa proteção militar ou bélica na preocupação que a Europa tem com eventual invasão da Rússia”.

Em contraste com essa situação, a ministra observou que “quando olhamos para o Brasil, não vemos nada disso”, enfatizando que a balança comercial entre Brasil e Estados Unidos é superavitária para os americanos.

Durante o evento, Tebet reconheceu “a gravidade do momento que vivemos”, especialmente para estados como São Paulo, mas reforçou que o país não pode ignorar sua diversificada rede de parceiros comerciais.

Por: Poder360

Artigos Relacionados: