O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) bloqueou financiamentos de R$ 806,3 milhões para produtores rurais com propriedades que apresentaram indícios de desmatamento ilegal.
Os dados foram anunciados na 5ª feira (05.jun.2025), Dia do Meio Ambiente, e resultam do monitoramento de pedidos de crédito rural em parceria com o MapBiomas.
Desde fevereiro de 2023, o valor médio diário de solicitações não contratadas por esse motivo foi de aproximadamente R$ 1 milhão. O sistema identificou 3.723 alertas ativos de desmatamento ilegal, correspondentes a 1% dos 337,2 mil pedidos de crédito rural recebidos no período.
A região Norte teve o maior percentual de financiamentos bloqueados, com 2,2% dos R$ 4,3 bilhões solicitados. Nessa região, 2,5% das quase 7,2 mil solicitações apresentaram alertas de desmatamento ilegal.
No Nordeste, 2,8% das 9,4 mil solicitações analisadas apresentaram alertas ativos. A região ficou em 2º lugar no volume de financiamentos bloqueados, com 1,6% dos R$ 5,95 bilhões solicitados não liberados.
O Sudeste registrou os menores percentuais. Apenas 0,4% dos R$ 15,4 bilhões solicitados foram bloqueados. Alertas de desmatamento estiveram presentes em 0,3% das 46,3 mil solicitações.
No Centro-Oeste, 0,8% dos R$ 20,1 bilhões solicitados não foram liberados, com alertas em 1% dos 22,3 mil pedidos. No Sul, os bloqueios representaram 0,9% dos R$ 42,3 bilhões solicitados, com 1,1% das 252,1 mil solicitações apresentando alertas de desmatamento ilegal.
No Amazonas, 6,25% das 48 solicitações analisadas apresentaram alertas, o que levou ao bloqueio de 12,64% dos R$ 13 milhões solicitados.
Entre os dez Estados com maior percentual de financiamentos bloqueados, quatro pertencem à região Norte (Amazonas, Tocantins, Acre e Rondônia) e 6 à Nordeste (Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará). O Distrito Federal e o Amapá não apresentaram alertas, devido ao baixo número de pedidos de crédito rural.
Em abril de 2025, os bloqueios somaram quase R$ 25 milhões. As operações afetadas pertencem a programas agropecuários do governo federal com juros equalizados, à linha BNDES Crédito Rural e a financiamentos com marcação de crédito agrícola pelo Banco Central.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, declarou que o banco continuará a financiar produtores, mas não aprovará crédito para atividades associadas ao desmatamento.
