O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu a regulação das plataformas digitais no Brasil durante uma palestra realizada nesta 2ª feira (21.jul.2025) na sede da OAB-CE (Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Ceará), em Fortaleza. A Corte decidiu, em 26 de junho, responsabilizar as redes sociais por conteúdos publicados por usuários.
Segundo Barroso, o ambiente digital contribuiu para a radicalização da sociedade e o fortalecimento de extremismos de diferentes espectros políticos. Ele também alertou para um fenômeno que chamou de “tribalização” da vida pública, impulsionado por algoritmos que reforçam visões já existentes.
“As plataformas digitais, auxiliadas por inteligência artificial, filtram as informações e encaminham para cada um de nós as informações, as notícias e as ideias que correspondem aos nossos interesses de acordo com a navegação prévia que tivemos e eles monitoraram”, explicou.
Para Barroso, embora a digitalização tenha ampliado o acesso à informação, também gerou efeitos colaterais negativos. “A primeira delas é a circulação sem qualquer filtro das informações, desinformações, discursos de ódio, assassinato de reputações e teorias conspiratórias”, afirmou.
Barroso destacou ainda que a perda de influência da mídia tradicional contribuiu para a fragmentação da realidade. “O que aconteceu no mundo foi que cada tribo passou a construir sua própria narrativa, independentemente dos fatos, porque a perda de espaço pela imprensa tradicional fez com que não compartilhássemos mais esses fatos comuns”, concluiu.
