O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, disse que a disseminação de desinformação por meio de inteligência artificial e deepfakes representa um dos maiores riscos para as eleições de 2026. Segundo ele, a manipulação de vídeos e áudios ameaça a credibilidade da informação e pode enfraquecer a própria liberdade de expressão.
“O dia que, com a massificação da desinformação pela inteligência artificial e o deepfake, a gente não puder mais acreditar no que vê e no que ouve, a liberdade de expressão vai ter perdido completamente o sentido”, afirmou durante conversa com jornalistas nesta 6ª feira (26.set.2025).
“Esse é um problema global que eu estou preocupado todos os dias, e todo mundo deve estar preocupado, e a imprensa, inclusive. Porque nós somos ensinados a acreditar naquilo que a gente vê e o que a gente ouve”, explicou.
Barroso afirmou que a Justiça Eleitoral terá condições de punir candidatos que usarem indevidamente esses recursos, mas que o desafio maior será conter a circulação de conteúdos falsos na sociedade em geral.
“Com regulação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), você consegue punir o uso indevido de inteligência artificial com desinformação entre candidatos. Mas as pessoas que não são candidatos, as pessoas da sociedade que fazem coisas erradas, é impossível você zerar esse risco. Como você criminaliza o estupro, você criminaliza o roubo, você não consegue zerar o roubo ou o estupro na sociedade”, declarou.
Na avaliação do ministro, as soluções a longo prazo são campanhas educativas e punições sempre que possível. “Você não vai conseguir zerar as fake news massificadas por inteligência artificial, salvo com educação midiática, que eu acho que virá com o tempo”, disse.
As eleições de 2026 estão previstas para 4 de outubro. Eleitores votarão para os cargos de: