Miguelito seguiria detido até a realização da audiência de custódia. No entanto, ele teve liberdade provisória concedida após a o Tribunal de Justiça do Paraná acatar o pedido da defesa do atleta. Nesta tarde, após Miguelito deixar a prisão, o Atlético-MG se manifestou pela primeira vez por meio das redes sociais. Na noite de domingo (4), o Operário-PR recorreu às redes sociais para "repudiar com veemência qualquer ato de racismo". O atacante Allano também se manifestou sobre o caso em sua conta no Instagram.“Diante do relato da vítima, da análise do contexto da imagem oficial, que dá para ver realmente que o jogador Miguelito passa pelo jogador Alano, vira e profere algum tipo de ofensa, confirmada pela testemunha [Jacy], que ouviu a ofensa de cunho racial, foi dada a prisão em flagrante para o jogador”, explicou o delegado Gabriel Munhoz, da PCPR. “A Polícia Civil solicitou acesso a imagens de outros ângulos que possam ter registrado a fala do jogador. O inquérito policial deverá ser concluído nos próximos dias”.
Pós-doutor em Ciências da Atividade Física com ênfase no racismo estrutural no Esporte, Leandro Lacerda acredita que a impunidade favorece a multiplicação do crime de racismo no futebol.."Não vou me calar, Não por mim apenas, mas por todos que já passaram por isso e por aqueles que ainda lutam para que esse tipo de violência acabe de vez. O futebol, como a sociedade, precisa dizer basta ao racismo. Precisamos de justiça, responsabilidade e, sobretudo, empatia", defendeu Allano.
* Título do texto alterado às 19h09. Relacionadas"Casos assim continuam se repetindo porque as punições, quando acontecem, são muito brandas. Infelizmente, ainda não houve uma punição exemplar, seguida por outras medidas exemplares. Dessa forma, o infrator comete o crime praticamente na certeza de que não vai acontecer nada. Ou, quando acontece, é uma multa insignificante", afirma Lacerda.


