- Segunda-feira, 31 de março de 2025

Ministro Fernando Haddad disse que o Banco Central (BC) já leva em conta as sazonalidades dos preços de energia e alimentos ao definir Selic
O ministro da Fazenda, , disse nesta quinta-feira (27/3) que o já olha para os chamados núcleos de na hora de definir . A fala foi dada após o ministro ser questionado sobre a declaração do vice-presidente , que defendeu que o BC não leve em conta a inflação de alimentos e energia ao decidir sobre a Selic.
O vice-presidente não mencionou mudanças não mencionou mudanças no cálculo da inflação, que é feito pelo .
“Na verdade, o Banco Central avalia os núcleos de inflação. Muitas vezes eles consideram certa volatilidade de determinados preços. Quer dizer, a análise dos núcleos já leva em consideração efeitos sazonais, determinado comportamento em virtude de choques externos, como é o caso de condições climáticas”, argumentou Haddad.
Em seguida, ele afirmou que a metodologia da autoridade monetária vai “ao encontro daquilo que o vice-presidente imagina ser o mais correto”.
“Todo relatório do Banco Central tem uma análise de núcleos que é justamente para verificar exatamente o que está acontecendo com o que a gente chama de inflação, excluindo eventuais choques ou sazonalidades que podem eventualmente levar uma interpretação dos dados que não focam naquilo que mais importa para a política monetária”, completou.
O titular da Fazenda classificou como “rotina” do Banco Central esse tipo de avaliação dos núcleos.
Entenda a situação dos juros no Brasil
A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação.
Ao aumentar os juros, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país.
Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para consumidores e produtores. A inflação dos alimentos tem sido a pedra no sapato do .
São esperadas novas altas nos juros ainda no primeiro trimestre, com taxa Selic próxima a 15% ao ano.
Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula e do mandato de à frente do BC.
Na segunda-feira (24/3), Alckmin voltou a dizer que a taxa básica de juros da economia brasileira deveria ser calculada sem inflação de alimentos e energia. Ele mencionou o exemplo do banco central dos Estados Unidos, que retira esses dois índices do cálculo dos juros básicos da economia estadunidense.
Para o vice-presidente, os aumentos nos preços de alimentos e energia são impulsionados por fatores externos e de natureza pontual, como eventos climáticos adversos e tensões geopolíticas, como guerras. Segundo o também ministro, esses eventos impactam os preços de forma significativa, mas não possuem uma relação direta com a política monetária e, portanto, com a taxa de juros.
De acordo com Alckmin, é preciso “aumentar os juros naquilo que pode ter mais efetividade na redução da inflação”.
“A redução da inflação é essencial. A inflação não é neutra socialmente, ela não é neutra, ela atinge muito mais o assalariado, que tem reajuste, normalmente, uma vez por ano e vê todo mês, todo dia, o seu salário perder o poder aquisitivo. Então, entendo, sim, que é uma medida que deve ser estudada pelo Banco Central brasileiro”, argumentou.
Entenda
É trabalho do Banco Central controlar a inflação do país. Em momentos de alta, o órgão sobe os juros para conter a demanda e reduzir os preços. , a maior taxa para o mês em 22 anos.
A Selic, por sua vez, está em 14,25% ao ano, conforme . Este é o maior valor da taxa em quase 10 anos.
Por: Metrópoles