• Sábado, 6 de dezembro de 2025

Ansiedade financeira: o que é, sintomas e como lidar com a condição

Mudanças no comportamento e distorções de pensamento ajudam a identificar quando a preocupação com dinheiro virou ansiedade financeira

, classificada como uma condição de sofrimento emocional e caracterizada pela preocupação excessiva com o dinheiro, aparece na vida de muita gente de forma discreta. O assunto costuma surgir em conversas sobre trabalho, expectativas para o futuro e medo de não conseguir manter a própria rotina. Esse sentimento não depende só do saldo bancário, mas também da sensação de instabilidade e da ideia de que qualquer imprevisto pode abalar a segurança de uma família inteira. Alguns sinais , sentir o corpo tenso, ficar irritado com facilidade ou perder o foco no trabalho. Em alguns casos, surgem estratégias de hipercontrole — como revisar gastos várias vezes ao dia — ou de evitação, quando a pessoa evita olhar faturas, mensagens do trabalho ou qualquer informação que gere desconforto. Leia também Como a ansiedade financeira aparece na rotina A preocupação exagerada com dinheiro pode se manifestar em diferentes camadas. Algumas pessoas vivem em alerta permanente, acompanhando e-mails profissionais fora do horário de trabalho ou calculando cenários negativos que nem sempre têm base real. , como taquicardia, tensão no pescoço, irritação fácil e oscilações no apetite. “Muitas vezes, a ansiedade financeira surge mesmo quando não há risco imediato, porque o cérebro interpreta qualquer incerteza como ameaça e ativa mecanismos de defesa que mantêm a pessoa em tensão constante”, explica Veruska Vasconcelos, psicóloga e coordenadora de psicologia do Hospital Alvorada Moema, em Brasília. Esse estado de vigilância interna costuma vir acompanhado de pensamentos acelerados, sensação de ameaça e a impressão de que qualquer mudança, por menor que seja, pode resultar em uma grande perda. Em muitos cenários, mesmo com tudo aparentemente estável, a pessoa sente que não consegue relaxar. O que costuma desencadear esse tipo de ansiedade A ansiedade financeira costuma ter raízes emocionais e sociais. Insegurança no trabalho, medo de perder renda, responsabilidade de sustentar a família e a autocobrança estão entre os principais gatilhos. Experiências vividas na infância, principalmente em ambientes instáveis, também aumentam a sensibilidade a qualquer sinal de incerteza. Outro fator que influencia muito nesse processo é o modo como cada pessoa aprendeu a lidar com o dinheiro. Pessoas que cresceram com imprevisibilidade costumam reagir com mais tensão diante de situações desconhecidas. Outras acabam usando o consumo como forma de aliviar emoções difíceis e, depois, enfrentam culpa e arrependimento. Foto colorida de mulher se estressando com as contas - Ansiedade financeira: o que é, sintomas e como lidar com a condição - MetrópolesFatores como medo de perder renda e histórico de imprevisibilidade ajudam a explicar por que algumas pessoas desenvolvem ansiedade financeira Quando a preocupação passa do limite? A tensão financeira deixa de ser comum quando ultrapassa a função de alerta e começa a prejudicar a rotina do paciente. Isso ocorre quando a pessoa perde o sono por causa das contas, evita decisões simples, sente que está falhando, perde rendimento no trabalho ou percebe que o medo domina todas as áreas da vida. “Quando a preocupação se espalha para diversas esferas e começa a comprometer o sono, o humor e a capacidade de tomar decisões, já não estamos diante de um comportamento adaptativo, mas de um sofrimento clínico que exige intervenção profissional”, afirma a psicóloga Flávia Marsola, do Hospital Brasília Águas Claras, da Rede Américas. A presença de ruminação — pensamentos repetitivos e catastróficos — também indica que o sofrimento pode ter se tornado clínico. Nesse ponto, a avaliação de um profissional é necessária. Técnicas que ajudam a reduzir a crise Algumas estratégias simples ajudam a organizar o pensamento e diminuir a sensação de ameaça. Parar por alguns segundos, respirar e observar o que está acontecendo já reduz a velocidade dos pensamentos. Outra técnica útil é a exposição gradual: olhar apenas um item financeiro por cinco minutos, sem tentar resolver tudo de uma vez. Além disso, dividir decisões entre o que precisa ser feito no dia e o que pode esperar 24 horas diminui a impulsividade motivada pelo medo. Organizar documentos por dez minutos, mesmo sem analisar valores, também gera sensação de ordem. Verbalizar a preocupação com alguém de confiança ajuda a reduzir a distorção dos pensamentos e a clarear as prioridades. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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