Líderes indígenas e ambientais do Equador afirmaram nesta 5ª feira (16.out.2025) que vêm sofrendo intimidação do governo às vésperas da consulta popular marcada para 16 de novembro, que decidirá sobre os direitos da natureza e pode levar à reescrita da Constituição.
O presidente Daniel Noboa (Partido Ação Democrática Nacional, direita) propõe criar uma assembleia constituinte para alterar ou substituir a atual Constituição, iniciativa que, segundo críticos, permitiria ao governo pressionar a Corte Constitucional –responsável por conter a expansão dos poderes do Executivo e por garantir avanços em direitos ambientais e civis
Noboa integrou, em 24 de junho de 2025, o Ministério do Meio Ambiente ao Ministério de Energia e Minas, como parte de uma reforma administrativa que reduziu o número de ministérios, concentrou funções e recebeu críticas de ambientalistas e líderes indígenas por enfraquecer a proteção ambiental e favorecer políticas extrativistas.
Desde junho, Noboa unificou os ministérios do Meio Ambiente e de Energia e Minas, medida que reduziu o número de pastas e concentrou funções, mas foi criticada por enfraquecer a proteção ambiental e favorecer o setor extrativista.
Sua gestão também é acusada de reativar projetos de mineração suspensos e de não cumprir o referendo de 2023, que determinou o fim da extração de petróleo no bloco 43 do Parque Nacional Yasuni.
Em 2021, a Corte Constitucional já havia declarado inconstitucionais licenças de mineração na floresta de Los Cedros por ameaçar a biodiversidade.