• Sexta-feira, 18 de abril de 2025

Alta nos custos e otimismo na arroba revelam novo ciclo no confinamento

Março de 2025 sinaliza um novo momento para o confinamento brasileiro: valorização da arroba, alta demanda externa e aumento no consumo e custo dos alimentos.

Março de 2025 sinaliza um novo momento para o confinamento brasileiro: valorização da arroba, alta demanda externa e aumento no consumo e custo dos alimentos. Em março de 2025, o Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) registrou o valor de R$ 13,91 na região Centro-Oeste e R$ 13,27 na Sudeste. Em comparação com fevereiro de 2025, o ICAP apresentou um aumento de 1,16% no Centro-Oeste e 5,07% no Sudeste. Embora março costume ser um mês de alta para o ICAP, refletindo o fim da entressafra e estoques mais limitados, a elevação observada surpreende. Alta nos custos e otimismo na arroba revelam novo ciclo no confinamento, confira a análise. Em fevereiro, havíamos registrado uma queda no índice — interpretada como sinal de antecipação da safra 2024/25 — o que não se confirmou. O movimento de março revela uma conjuntura mais complexa: mesmo com a expectativa de recorde na produção de grãos no Brasil, os custos dos principais alimentos utilizados na nutrição de bovinos confinados continuaram subindo, puxados por estoques apertados e demanda firme tanto no mercado interno quanto externo.
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    “Apesar da expectativa de queda nos custos alimentares com a chegada da nova safra, o ICAP voltou a subir em março. Combinando valorização da arroba, insumos mais caros e aumento no número de animais confinados, o cenário atual aponta para um novo equilíbrio entre desafios de custo e boas perspectivas de lucro na engorda intensiva”, apontou relatória da Ponta Agro. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'}); confinamento Visão trimestral dos insumos por Região Centro-OesteNo Centro-Oeste, o aumento do ICAP foi impulsionado pelo aumento no custo dos alimentos energéticos (+2,93%) em relação a fevereiro de 2025. O custo por tonelada de matéria seca da dieta de terminação, a mais cara dentro do ciclo produtivo, foi de R$ 1.275,39. Entre os principais insumos utilizados nas dietas de terminação, destacam-se os aumentos nos custos dos alimentos energéticos – Casca de Soja (+10,76%) e Milhogrão seco (+4,80%), e para os alimentos proteicos – Torta de Algodão (+13,27%) e Caroço de Algodão (4,19%). O aumento no custo do milho também provocou aumento no custo dos subprodutos da produção de etanol de milho (WDG +6,93% e DDG +4,78%), muito presente na alimentação dos animais confinados nesta região. SudesteNo Sudeste, o aumento nos custos dos insumos proteicos (+11,21%) e energéticos (+6,62%) em relação ao mês de fevereiro de 2025, pressionaram o valor do ICAP. O custo por tonelada de matéria seca da dieta de terminação foi de R$ 1.263,51. Entre os principais insumos utilizados nas dietas de terminação, destacaram-se os aumentos nos custos do Sorgo grão seco (10,51%), da Casca de Soja (+9,15%) e Milho grão seco (+8,00%) em relação ao mês anterior. Porteira pra Fora x Porteira pra Dentro Ao comparar os índices de março de 2025 com os de março de 2024, o custo nutricional da engorda caiu 8,43% na região Centro-Oeste e aumentou de 1,45% no Sudeste. O cenário atual em relação ao ano de 2024 revela uma conjuntura mais complexa para o ano de 2025.  Nem mesmo o recorde de produção de grãos na safra 2024/2025 foi capaz de conter a alta dos insumos utilizados na alimentação de bovinos em confinamento.  O milho, principal alimento energético da dieta, rompeu a barreira dos R$ 90/saca — maior valor nominal em quase três anos. Do lado da carne, o cenário é de otimismo, mas também com forte impacto no aumento do custo dos insumos. A cotação da arroba do boi gordo voltou a ganhar força, ultrapassando os R$ 324,00 em São Paulo, com viés de alta no mercado futuro — R$ 334,45 para agosto/25 na B3. Esse ambiente de valorização da arroba em 2025, combinado com os ajustes climáticos e estratégias de mercado, tem impulsionado os pecuaristas a intensificarem seus sistemas produtivos. Estimativas apontam crescimento de 18% na intenção de confinamento em 2025, com mais de 8 milhões de cabeças esperadas em regime intensivo. Março de 2025 sinaliza um novo momento para o confinamento brasileiro: valorização da arroba, alta demanda externa e aumento no consumo e custo dos alimentos. O desafio agora é manter a produtividade e a eficiência diante de um cenário mais custoso. Com base no ICAP do último mês, é possível estimar o custo da arroba produzida e prever a lucratividade do pecuarista. A estimativa desse custo toma como base os valores médios observados nos clientes da  Ponta Agro de cada região e que estão públicos no  Report de Confinamento da Ponta: dias de cocho, total de arrobas produzidas e o percentual do custo de nutrição frente ao custo total. Os custos estimados são de R$ 204,13 e R$ 210,64 por arroba produzida para Centro-Oeste e Sudeste, respectivamente. Trata-se de um patamar de custos que permite um lucro superior a R$ 820,00 por cabeça nas duas regiões, considerando apenas o preço de venda balcão. Para ampliar as margens, além de melhorar a eficiência produtiva, o pecuarista deve buscar bonificações junto aos frigoríficos. Atualmente, o diferencial de preço do Boi China em relação à cotação balcão varia entre R$ 5,00 e R$ 7,50, dependendo da região produtora.  *Estimativa de lucratividade realizada com cotação de arroba balcão, sem a adição de bonificações por rastreabilidade, padrão de qualidade e protocolos de mercado.
    Por: Redação

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