O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, disse nesta 2ª feira (21.jul.2025) que o governo brasileiro está em contato institucional e “reservado” com os Estados Unidos sobre o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros a valer a partir de agosto.
“E queria finalmente dizer a vocês que nós estamos em conversa pelos canais institucionais. E de forma reservada. As conversas estão caminhando pelos canais institucionais e de forma reservada”, declarou a jornalistas em Brasília.
Segundo apurou o Poder360, o governo brasileiro tem encontrado dificuldade em manter um canal de negociações com os Estados Unidos depois da carta em que Donald Trump (Partido Republicano) prometeu a tarifa de 50%, em 9 de julho.
Uma das dificuldades seria a falta de um embaixador em Brasília, o encarregado de negócios dos EUA não teria acesso direto à Casa Branca. Segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, as negociações estavam apenas em nível da Secretaria do Tesouro norte-americana, também sem acesso a Trump.
À uma pergunta sobre quem seria o interlocutor dos Estados Unidos com o Brasil, Alckmin respondeu que os contatos seguem confidenciais.
O governo tem citado uma minuta confidencial de 16 de maio que nunca foi respondida pelos EUA. Até citar esse documento em uma carta enviada ao governo dos Estados Unidos na 4ª feira (16.jul) cobrando uma resposta, a diplomacia brasileira não avaliava como necessária uma devolutiva.
Na visão dos diplomatas, apesar de não haver resposta oficial, as negociações estavam abertas. Teriam sido 9 rodadas de conversas em nível ministerial e técnico entre os 2 países. Os contatos cessaram com a carta de Trump citando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e as tarifas de 50% em 9 de julho.
Agora, o governo Lula cita essa minuta como algo sem resposta desde maio, mas porque quer chamar novamente os norte-americanos para a mesa de negociação.