Milhares de agricultores europeus bloquearam as ruas de Bruxelas, capital belga, com centenas de tratores nesta 5ª feira (18.dez.2025) em protesto contra a política agrícola da UE (União Europeia) e o possível acordo comercial com o Mercosul.
Nas proximidades do Parlamento Europeu, manifestantes queimaram pneus e entraram em confronto com a polícia. Os agricultores se concentraram também perto do Edifício Europa, onde fica o Conselho Europeu. Segundo o jornal Politico, é o maior protesto da categoria desde os anos 1990.
Os manifestantes jogaram batatas e ovos contra os prédios da UE. A polícia belga usou canhões de água e gás lacrimogêneo para dispersar o protesto.
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A mobilização se dá durante os últimos encontros de políticos europeus antes do recesso de fim de ano. Os líderes dos países-membros discutem o futuro do acordo comercial do bloco com o Mercosul –que tem sofrido maior resistência às vésperas da data esperada para assinatura: sábado (20.dez), durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Foz do Iguaçu (PR).
O acordo propõe eliminar tarifas em quase todos os bens comercializados entre a UE e os países do Mercosul ao longo de 15 anos. A França –e mais recentemente a Itália– expressaram preocupação quanto ao pacto comercial.
Na 3ª feira (16.dez), o Parlamento Europeu aprovou um mecanismo de salvaguarda que endurece as regras para importações agrícolas provenientes dos países do Mercosul. Isso permite que a UE suspenda preferências tarifárias caso as importações prejudiquem os produtores locais.
Agricultores de países da UE vêem com maus olhos o acordo pois consideram haver disparidade entre as exigências ambientais e sociais impostas para os produtores de ambos os blocos. Segundo eles, isso ameaçaria a competitividade dos produtos agrícolas europeus.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pressionou na 4ª feira (17.dez) pela assinatura do acordo, frente a uma possível prorrogação do prazo por parte dos europeus.
“Nós do Mercosul trabalhamos muito para aceitar esse acordo. […] Se a gente não fizer agora, o Brasil não fará mais acordo enquanto eu for presidente. Se disserem não, nós vamos ser duros daqui pra frente com eles”, declarou.





