• Sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Adversários desconfiam de versão mansa, e Marçal refuta estratégia para conter rejeição

Os candidatos da corrida pela Prefeitura de São Paulo disseram desconfiar da nova versão do influenciador

Adversários de Pablo Marçal (PRTB) na corrida pela Prefeitura de São Paulo disseram desconfiar da nova versão do influenciador, que foi menos agressivo no debate do SBT, nesta sexta-feira (20), e atribuíram sua postura de "governante", como ele mesmo classificou, à rejeição de 47% medida pelo Datafolha, a maior entre os postulantes.

Em entrevista à imprensa após o debate, Marçal falou que, a partir de agora, o público se surpreenderá com a sua postura republicana. Ele voltou a pedir desculpas às pessoas que não gostaram da sua "pior versão".

"Para quem nunca estudou arquétipos, eu passei pelo arquétipo do rebelde, do palhaço e agora assumo a de governante [...] Oficialmente estou começando a campanha hoje e quero ver quem vai me segurar", disse.

Confrontado com a expressão "Marçal paz e amor", o empresário negou que essa seja uma estratégia política ou que tenha a ver com sua rejeição nas pesquisas, mas se trata da sua verdadeira versão, nas palavras dele, "um homem de família" e que "ama as pessoas".

O empresário voltou a afirmar que não acredita no resultado da pesquisa Datafolha quando foi questionado sobre sua rejeição de 47%.

Na entrevista, o influenciador se corrigiu ao usar "Boules" para se referir ao candidato do PSOL e disse que a partir de agora não usará mais apelidos.

Marçal disse ainda que recebeu uma carta do ex-presidente americano Donald Trump sobre a cadeirada. Ele não mostrou o documento e disse que eventualmente o enviaria para a imprensa.

Ricardo Nunes (MDB), por sua vez, afirmou ao fim do debate que "a criança se comportou", em referência a Marçal, e disse que o nível melhorou -só não estaria 100% porque "às vezes as pessoas falam algo que não é verdadeiro e fica solto".

A respeito de Marçal, ponderou que o influenciador mentiu ao dizer que lidera a corrida. O Datafolha coloca Nunes numericamente à frente, com 27%, seguido de Guilherme Boulos (PSOL), com 26%, e Marçal com 19%.

"Ele falou três vezes uma mentira, ele só está em primeiro na rejeição, é o grande líder da rejeição. Ele está tomando uma surra do eleitor, demonstrando que ninguém quer essa baixaria", completou Nunes.

Boulos, da mesma forma, disse que o debate teve bom nível, em que "não prosperou a baixaria e a mentira", permitiu que as pessoas "separassem o joio do trigo" -e disse ser difícil acreditar na nova postura de Marçal.

"É difícil acreditar no bom-mocismo de alguém que, desde o começo, só tem trabalhado com ataque, mentira e agressão", afirmou.

Na opinião de José Luiz Datena (PSDB), o recuo de Marçal foi calculado e orientado pela sua estagnação nas pesquisas, que chegou a liderar, empatado com Nunes e Boulos.

Perguntado se foi a cadeirada que deu em Marçal, no debate da TV Cultura, que emendou o influenciador, Datena respondeu que não. "Não foi isso que parou esse cidadão. Ele tudo faz de forma calculada. Quem parou esse cidadão foram as pesquisas, que ele não teve ascensão nenhuma e até perdeu", disse.

"Ele viu que acusar sem provas não deu resultado para ele na pesquisa. Deve ter percebido que falar mentiras não favorece a ninguém", completou.

O tucano afirmou ainda que Marçal baixou o tom só até certo ponto. No fim do debate, o candidato do PRTB voltou a mencionar a acusação de assédio sexual contra Datena, que prescreveu e que o apresentador diz ser uma mentira.

"As propostas se sobrepuseram às mentiras que continuam sendo repetidas. O mostro sempre aparece, de um jeito ou de outro, mas ao monstro, ao condenado, ao bandido, você responde no local adequado que é a Justiça", disse.

Tabata Amaral (PSB), ao deixar o estúdio, também afirmou que os índices de rejeição afetaram o debate do SBT.

"Claramente meus adversários estão vendo a rejeição aumentar e sentiram isso. [] As pessoas querem um projeto no qual possam confiar", disse.

"O que a gente está vendo um teatrinho. [] Marçal, Boulos e Nunes estavam brigando, gritando no último debate. Agora está todo mundo calminho, achando que vão enganar as pessoas", completou.

Marina Helena (Novo) disse que o debate teve "mais do mesmo da política" e criticou os adversários ao deixar o SBT.

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