A chinesa 99 anunciou, em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta 2ª feira (15.set.2025), que vai investir R$ 2 bilhões na expansão do serviço de delivery 99Food no Brasil. O aporte estabelece a criação de pontos de apoio para entregadores e amplia a atuação da plataforma para 20 cidades até 2026.
Na reunião, também foi firmada parceria com o Ministério da Saúde. A 99 vai doar R$ 1 milhão em corridas para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) que participam do programa Agora Tem Especialistas, distribuindo 43.000 vouchers em 32 cidades.
A decisão foi comunicada durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, com Will Cheng, fundador e CEO da DiDi –controladora chinesa da 99. Participaram também Jean Liu, co-fundadora da DiDi, Stephen Zhu, chefe de negócios internacionais, e Simeng Wang, diretor-geral da 99 no Brasil.
Atualmente presente em Goiânia e São Paulo, a 99Food deve chegar a 15 cidades até o fim de 2025 e alcançar 20 até janeiro de 2026.
Além do aporte no delivery, o programa também compreende:
O movimento intensifica a disputa bilionária no mercado brasileiro de delivery. O iFood controla 83% do setor, mas enfrenta pressão crescente com o retorno da 99Food –que encerrou operações em 2023– e novos aportes milionários de concorrentes.
Em maio, a chinesa Keeta (Meituan) anunciou R$ 5,6 bilhões em 5 anos, enquanto o Rappi prometeu R$ 1,4 bilhão em 3 anos, apostando em modelo full service com taxas zeradas para estabelecimentos.
O CEO da DiDi afirmou que o Brasil ocupa papel central na estratégia global do grupo. “Poucos mercados combinam escala, inovação e oportunidade como o brasileiro […] Ao dobrar nosso compromisso, não estamos apenas investindo em crescimento, mas em construir um ecossistema mais justo”, disse.
A proposta se dá em um contexto legislativo que busca melhorar as condições dos entregadores de aplicativos. A Câmara dos Deputados aprovou, em 10 de setembro, o requerimento de urgência para o PL (projeto de lei) 1.579 de 2025, que obriga plataformas a fornecer vale-alimentação aos entregadores. A urgência permite que o texto seja analisado diretamente no plenário, sem passar por comissões.